Em Portugal quando os investimentos correm bem há empreendedores de sucesso, quando correm mal há o Estado. Em Portugal não há economia livre, só economia "pendurada" no Estado.
Veja-se o caso do Hospital do Bom Fim: um empresário lembra-se de construir um Hospital, num projecto megalómano e imprevidente. O desastre era previsível. Um projecto encabeçado por um homem quase analfabeto, já algo obnubilado, com uma equipa de gestão do mais simplório que se possa imaginar, com a familória, amigalhaços e outros paus-mandados em cargos de "confiança", tem todos os ingredientes para o fracasso, sobretudo quando a concorrência, muito profissional, abunda nas proximidades. Sem nunca conseguir uma equipa médica âncora, uma equipa estável e motivada - nem sei se há um Director Clínico, o único que foi dado a conhecer está há longos meses no estrageiro, e a ERS sabe disso - qualquer clínica de bairro tem mais doentes que os pomposamente designados "Hospitais" do Bom Fim.
A estratégia de marketing tem oscilado entre obrigar os funcionários a estacionar os carros no parque que se vê da estrada - nunca na garagem! - para dar ideia de movimento e "facilitar" uma reportagem na televisão sobre um Hospital às moscas, entre insultar "rapazinhos" Deputados - «Barcelos dispõe da célebre "casa Amarela" lugar ideal para repouso daqueles cuja mente assoberbada com o famoso Faraó TutanKamon e o mistério por desvendar do pénis erecto...» - e dar empregos a familiares de políticos.
A Câmara de Vila do Conde quer um Centro Hospitalar no Hospital do Bonfim. Mais ninguém concorda com tão dispendiosa decisão. Não se fala noutra coisa. Todos sabemos que não há dinheiro. Talvez a explicação para toda esta súbita efervescência, coincidente com o estertor do projecto privado, esteja no homem que verdadeiramente manda na política vila-condense, o velho Mário Almeida.
Em Portugal quando os investimentos não correm bem há sempre uma figura parda do regime disposta a trocar os favores do Estado.
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