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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Poupança!


«Redução mais acentuada da despesa foi nos medicamentos vendidos nas farmácias» - O sector privado que pague a crise, como de costume...

«Utentes pouparam 90,5 milhões com revisão dos preços» - Se fosse ao contrário pediam a demissão do Ministro, a notícia fazia capas e aberturas de jornais...

17 comentários:

  1. Depois de décadas de incompetência e negligência no Ministério, até que o Ministério da Saúde percebeu que tem força e consegue impor a redução de preços à Indústria e restantes operadores.

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  2. "Além do já estafado tema da remuneração"
    Pois senhor Green, o tema pode estar estafado mas continua pertinente.
    Volta não volta baixam os preços (e não discordo) mas com a remuneração em percentagem ou diminui o nº das F. ou diminui ainda mais a qualidade no atendimento.
    O resto é música celestial !

    -astrágalo-

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  3. Claro que conseguem impor preços à indústria e restantes.

    Mas depois não se queixem da exportação e falta de medicamentos em Portugal.

    Para maior parta das farmácias a lista de rateados é uma dor de cabeça logística.

    Querer vender medicamentos e não os ter por não os conseguir arranjar nos fornecedores.

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  4. Se calhar, diminuir o número de farmácias talvez não fosse mal pensado. Tendo em conta os números da emigração e a baixa natalidade, o sistema pode estar a ficar sobredimensionado. A outra alternativa, é fazer como no UK, com o Estado a susbsidiar algumas farmácias independentes em zonas mais rurais e remotas que sem essa ajuda não têm possibilidades de subsistir.

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  5. O Estado deveria suportar os chamados custos de "interioridade", ou de outra forma, as farmácias das pequenas localidades do Interior, irão à falência. E isso será pior para as pessoas, e uma motivação adicional para saírem.

    Quanto às farmácias de zonas urbanas, só não ganham dinheiro porque não sabem gerir. Estiveram habituados durante muitos anos à árvore das patacas. Há sectores com margens ainda mais pequenas e que vivem bem.

    Tal como fizeram com a banca em tempos, porque não se juntam as farmácias, por exemplo através da ANF, para negociar com fornecedores?

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  6. Já negoceiam, não através da ANF mas em conjunto conseguem margens de 40% e 50% em determinados genéricos.

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  7. "Há sectores com margens ainda mais pequenas e que vivem bem"
    Vamos lá a não confundir alhos com bugalhos.
    A farmácia é um serviço especial de utilidade pública obrigado por forca de lei a uma série de encargos onerosos, tais como:
    Não pode fechar para férias.
    Não pode recusar serviço noturno por escala.(em localidades com 4 ou 5 F. há sempre gente de folga que aviou meia dúzia de clientes a noite toda)
    E portanto obrigado a pagar o serviço noturno.
    É obrigado a dois farmacêuticos no mínimo a que não pode nem deve pagar ninharias.
    É obrigado a conferência contabilização e envio de faturas e receitas mensalmente.(só isto ocupa alguém a tempo inteiro)
    Não avia receitas como quem avia bolos.
    Tem uma sério de burocracias para o M. da S. e
    etc. etc.
    Não quera portanto comparar com uma simples retrosaria ou talho.
    Vê-se bem que nunca esteve do lado de dentro.
    -Astrágalo-

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  8. "É obrigado a dois farmacêuticos no mínimo a que não pode nem deve pagar ninharias.

    Não avia receitas como quem avia bolos."

    Mentira. Farmacêuticos estão praticamente a salário mínimo e a maioria avia receitas como quem vende pasteis de nata.

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  9. Os valores desceram mas não conheço ninguém a ganhar o salário mínimo.

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  10. A evolução do estado a que tem chegado a farmácia e o trabalho farmacêutico leva-me cada vez a considerar os eventuais benefícios da liberalização e livre concorrência (uma dúvida constante em mim, que sou politicamente um liberal).

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  11. Há aspectos positivos e negativos na liberalização, como bastas vezes discutimos por aqui. Mas retenha o exemplo do UK, onde mesmo com liberalização, há ajudas para as farmácias de meios mais pequenos.
    Uma das vantagens ainda pouco discutida, tem a ver com o facto de com a possibilidade de as grandes cadeias surgirem no mercado, a disponibilidade financeira é maior, e a possibilidade de aumentar o número e qualidade dos serviços também. Depois, dado que o Estado continuaria a ser o financiador principal das farmácias, e além disso continuaria a atribuir alvarás, teria de elaborar um novo contrato, onde estaria descrito que serviços a farmácia pode e deve prestar, e as devidas compensações e incentivos. Salvaguardando os interesses dos profissionais por conta de outrem, com carreiras claras e esquemas de incentivos também claros, os únicos a perder seriam os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria.

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  12. A disponibilidade financeira é maior para sítios onde interessa, que são as periferias das cidades.

    As maiores cidades de Portugal, Lisboa e Porto ao contrário do que se diz aqui no blog estão com excesso de farmácias.

    Muitas delas facturam o mesmo que as tais farmácias da aldeia que "querem" que sejam "ajudadas"

    Depois é preciso explicar algo claro, mas que não fica muito bem no meio farmacêutico.

    Maior parte dos medicamentos não têm margem que compense a sua comercialização.

    Os tais rateados que muitas farmácias não os conseguem arranjar aos fornecedores, têm uma margem bruta média de 12-16%.

    Seguindo uma estratégia puramente económica, aos grandes grupos interessa vender o que lhes dá margem, que não são os MSRM. Logo é dispensável ter muitos farmacêuticos, já que para vender MNSRM não é preciso ter farmacêuticos.

    Esta lógica também é válida para as farmácias actuais.

    Dando um exemplo prático. Uma insulina que custa 110€. Tem margem bruta de 9%. A farmácia tem um custo de stock de 99€. Se perder essa insulina quantas é que tem de vender para recuperar o investimento?

    Economicamente falando, a venda de um centrum origina uma margem absoluta superior a 10€ com custos muitíssimo inferiores.

    É assim que qualquer grupo económico pensa, grande ou pequeno.

    Outro exemplo mais gritante. As tiras diabéticas. Margem bruta de 4%. PVP custa 17.38€, custo de stock de 16.6€.
    Ao doente custa em média 2€, a farmácia ganha 0.78€.

    É um serviço que se garante a título quase gratuito. Nem serviria para pagar a conta da água da farmácia.


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  13. Seguindo a lógica puramente económica, havia um distribuidor central de tudo o que fosse MSRM, que no fundo são uma chatice para os mercados, e o resto era distribuido pelos mercados, que margens livres é que é bonito, é isso não é?

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  14. Está a simplificar demasiado a minha resposta Green.

    Distribuidor central implica nacionalização da distribuição a nível nacional ou monopólio.

    Outra vez, por lógica puramente económica, sim as margens livres é que vão safando as farmácias.

    Isso e uma parte dos medicamentos.

    No entanto, sem os MSRM, as farmácias não sobreviveriam. É uma pescadinha de rabo na boca.



    PS:Em relação a outra afirmação sua anterior.

    "Os únicos a perder seriam os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria."

    Talvez sim, talvez não. Os proprietários farmacêuticos sempre foram a minoria e são cada vez menos. O sector tem vindo desde o Sócrates a ter cada vez menos players no mercado.

    Foi a tal "liberalização" da propriedade que trouxe um efeito de concentração.

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  15. Mentira, é obrigada a dois farmacêuticos, bolos e etc.
    Acha que é mentira? Há alguns novos que para principiar a carreira aceitam um pouco menos.
    E os outros?
    E receitas aviadas no mesmo tempo que pastéis?
    Olhe, sabe o que lhe digo:
    Continua a confundir o olho do cu com a feira de Castro!

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  16. "os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria."

    "Os proprietários farmacêuticos sempre foram a minoria"

    De mal a pior.

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  17. Minoria em que sentido?

    Sempre foram a minoria nos farmacêuticos.

    Mas continuam a ser a maioria na propriedade das farmácias.

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