«Redução mais acentuada da despesa foi nos medicamentos vendidos nas farmácias» - O sector privado que pague a crise, como de costume...
«Utentes pouparam 90,5 milhões com revisão dos preços» - Se fosse ao contrário pediam a demissão do Ministro, a notícia fazia capas e aberturas de jornais...
Depois de décadas de incompetência e negligência no Ministério, até que o Ministério da Saúde percebeu que tem força e consegue impor a redução de preços à Indústria e restantes operadores.
ResponderEliminar"Além do já estafado tema da remuneração"
ResponderEliminarPois senhor Green, o tema pode estar estafado mas continua pertinente.
Volta não volta baixam os preços (e não discordo) mas com a remuneração em percentagem ou diminui o nº das F. ou diminui ainda mais a qualidade no atendimento.
O resto é música celestial !
-astrágalo-
Claro que conseguem impor preços à indústria e restantes.
ResponderEliminarMas depois não se queixem da exportação e falta de medicamentos em Portugal.
Para maior parta das farmácias a lista de rateados é uma dor de cabeça logística.
Querer vender medicamentos e não os ter por não os conseguir arranjar nos fornecedores.
Se calhar, diminuir o número de farmácias talvez não fosse mal pensado. Tendo em conta os números da emigração e a baixa natalidade, o sistema pode estar a ficar sobredimensionado. A outra alternativa, é fazer como no UK, com o Estado a susbsidiar algumas farmácias independentes em zonas mais rurais e remotas que sem essa ajuda não têm possibilidades de subsistir.
ResponderEliminarO Estado deveria suportar os chamados custos de "interioridade", ou de outra forma, as farmácias das pequenas localidades do Interior, irão à falência. E isso será pior para as pessoas, e uma motivação adicional para saírem.
ResponderEliminarQuanto às farmácias de zonas urbanas, só não ganham dinheiro porque não sabem gerir. Estiveram habituados durante muitos anos à árvore das patacas. Há sectores com margens ainda mais pequenas e que vivem bem.
Tal como fizeram com a banca em tempos, porque não se juntam as farmácias, por exemplo através da ANF, para negociar com fornecedores?
Já negoceiam, não através da ANF mas em conjunto conseguem margens de 40% e 50% em determinados genéricos.
ResponderEliminar"Há sectores com margens ainda mais pequenas e que vivem bem"
ResponderEliminarVamos lá a não confundir alhos com bugalhos.
A farmácia é um serviço especial de utilidade pública obrigado por forca de lei a uma série de encargos onerosos, tais como:
Não pode fechar para férias.
Não pode recusar serviço noturno por escala.(em localidades com 4 ou 5 F. há sempre gente de folga que aviou meia dúzia de clientes a noite toda)
E portanto obrigado a pagar o serviço noturno.
É obrigado a dois farmacêuticos no mínimo a que não pode nem deve pagar ninharias.
É obrigado a conferência contabilização e envio de faturas e receitas mensalmente.(só isto ocupa alguém a tempo inteiro)
Não avia receitas como quem avia bolos.
Tem uma sério de burocracias para o M. da S. e
etc. etc.
Não quera portanto comparar com uma simples retrosaria ou talho.
Vê-se bem que nunca esteve do lado de dentro.
-Astrágalo-
"É obrigado a dois farmacêuticos no mínimo a que não pode nem deve pagar ninharias.
ResponderEliminarNão avia receitas como quem avia bolos."
Mentira. Farmacêuticos estão praticamente a salário mínimo e a maioria avia receitas como quem vende pasteis de nata.
Os valores desceram mas não conheço ninguém a ganhar o salário mínimo.
ResponderEliminarA evolução do estado a que tem chegado a farmácia e o trabalho farmacêutico leva-me cada vez a considerar os eventuais benefícios da liberalização e livre concorrência (uma dúvida constante em mim, que sou politicamente um liberal).
ResponderEliminarHá aspectos positivos e negativos na liberalização, como bastas vezes discutimos por aqui. Mas retenha o exemplo do UK, onde mesmo com liberalização, há ajudas para as farmácias de meios mais pequenos.
ResponderEliminarUma das vantagens ainda pouco discutida, tem a ver com o facto de com a possibilidade de as grandes cadeias surgirem no mercado, a disponibilidade financeira é maior, e a possibilidade de aumentar o número e qualidade dos serviços também. Depois, dado que o Estado continuaria a ser o financiador principal das farmácias, e além disso continuaria a atribuir alvarás, teria de elaborar um novo contrato, onde estaria descrito que serviços a farmácia pode e deve prestar, e as devidas compensações e incentivos. Salvaguardando os interesses dos profissionais por conta de outrem, com carreiras claras e esquemas de incentivos também claros, os únicos a perder seriam os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria.
A disponibilidade financeira é maior para sítios onde interessa, que são as periferias das cidades.
ResponderEliminarAs maiores cidades de Portugal, Lisboa e Porto ao contrário do que se diz aqui no blog estão com excesso de farmácias.
Muitas delas facturam o mesmo que as tais farmácias da aldeia que "querem" que sejam "ajudadas"
Depois é preciso explicar algo claro, mas que não fica muito bem no meio farmacêutico.
Maior parte dos medicamentos não têm margem que compense a sua comercialização.
Os tais rateados que muitas farmácias não os conseguem arranjar aos fornecedores, têm uma margem bruta média de 12-16%.
Seguindo uma estratégia puramente económica, aos grandes grupos interessa vender o que lhes dá margem, que não são os MSRM. Logo é dispensável ter muitos farmacêuticos, já que para vender MNSRM não é preciso ter farmacêuticos.
Esta lógica também é válida para as farmácias actuais.
Dando um exemplo prático. Uma insulina que custa 110€. Tem margem bruta de 9%. A farmácia tem um custo de stock de 99€. Se perder essa insulina quantas é que tem de vender para recuperar o investimento?
Economicamente falando, a venda de um centrum origina uma margem absoluta superior a 10€ com custos muitíssimo inferiores.
É assim que qualquer grupo económico pensa, grande ou pequeno.
Outro exemplo mais gritante. As tiras diabéticas. Margem bruta de 4%. PVP custa 17.38€, custo de stock de 16.6€.
Ao doente custa em média 2€, a farmácia ganha 0.78€.
É um serviço que se garante a título quase gratuito. Nem serviria para pagar a conta da água da farmácia.
Seguindo a lógica puramente económica, havia um distribuidor central de tudo o que fosse MSRM, que no fundo são uma chatice para os mercados, e o resto era distribuido pelos mercados, que margens livres é que é bonito, é isso não é?
ResponderEliminarEstá a simplificar demasiado a minha resposta Green.
ResponderEliminarDistribuidor central implica nacionalização da distribuição a nível nacional ou monopólio.
Outra vez, por lógica puramente económica, sim as margens livres é que vão safando as farmácias.
Isso e uma parte dos medicamentos.
No entanto, sem os MSRM, as farmácias não sobreviveriam. É uma pescadinha de rabo na boca.
PS:Em relação a outra afirmação sua anterior.
"Os únicos a perder seriam os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria."
Talvez sim, talvez não. Os proprietários farmacêuticos sempre foram a minoria e são cada vez menos. O sector tem vindo desde o Sócrates a ter cada vez menos players no mercado.
Foi a tal "liberalização" da propriedade que trouxe um efeito de concentração.
Mentira, é obrigada a dois farmacêuticos, bolos e etc.
ResponderEliminarAcha que é mentira? Há alguns novos que para principiar a carreira aceitam um pouco menos.
E os outros?
E receitas aviadas no mesmo tempo que pastéis?
Olhe, sabe o que lhe digo:
Continua a confundir o olho do cu com a feira de Castro!
"os farmacêuticos proprietários, que hoje em dia já são uma minoria."
ResponderEliminar"Os proprietários farmacêuticos sempre foram a minoria"
De mal a pior.
Minoria em que sentido?
ResponderEliminarSempre foram a minoria nos farmacêuticos.
Mas continuam a ser a maioria na propriedade das farmácias.