Este ano sem fotografias, a lembrar a austeridade/ realidade.
O Infarmed concluiu que há apenas “problemas pontuais” no abastecimento de medicamentos à população; as conclusões foram apresentadas tendo como base «
42 substâncias activas consideradas essenciais pela Organização Mundial de Saúde».
Se só estes 42 princípios activos interessam ao Infarmed como garante de saúde pública, porque não comparticipa o Estado - em dificuldades financeiras extremas - apenas estes fármacos?
O subsídio de Natal é deles...
Costumam dizer - por exemplo em discussões sobre a
nacionalização das análises clínicas, em curso - que não há estudos que sustentem que a medicina privada é mais eficiente que a pública, que a produtividade na privada seja maior que na pública. Estes dados, reais, do melhor hospital do país, serão elucidativos - e preocupantes!:
«O cirurgião com menor número de cirurgias no Hospital de S. João, que fez cirurgias, fez 2 num ano. E não estou a contar com cerca de 30 que nunca foram ao bloco.»
«A taxa de absentismo é de 11%, isto significa que estão ausentes todos os dias, dos 5600 funcionários, cerca de 660.»
Obviamente que viola, concedendo benefícios a um grupo de cidadãos privilegiados através do esforço (leia-se meus impostos) do Orçamento do Estado.
O problema é que se a descontrolada ADSE - e outros subsistemas de outros privilegiados - fosse extinta a maior parte dos grandes negócios privados de saúde iam imediatamente à falência...
A Colega Ema Paulino, na sua coluna
no Jornal i, colocando em discussão uma questão muito pertinente:
«
Ao contrário do que é percepcionado pela sociedade em geral, o que rege Portugal, e que determina a ordem económica, fiscal, social, territorial e de segurança do país, são cada vez menos os decretos-lei, mas cada vez mais as portarias e despachos a eles afectos.
Na verdade, as portarias, que supostamente são documentos que reflectem meros actos administrativos, traduzindo em instruções a aplicação dos decretos-lei aprovados podem, no entanto, condicionar ou até mesmo subverter por completo as intenções iniciais de quem discutiu e deliberou sobre uma determinada temática. O mesmo se pode afirmar dos despachos associados, que vêm frequentemente introduzir matéria de facto que nunca tinha sido sequer equacionada no decreto-lei ou portaria que lhe deu origem.
Um exemplo recente desta incongruência é o modelo de receita médica aprovado por despacho do gabinete do secretário de Estado da Saúde esta semana, e que parece vir introduzir a possibilidade do doente, no momento da prescrição do medicamento, assinalar de imediato se pretende ou não exercer o seu direito de escolha em relação ao medicamento.»
Também acontece muitas vezes, pelo menos neste sector, que um Decreto-Lei nunca mais é regulado por Portaria ou Despacho e fique ali a "marinar" a fingir que faz sem que ninguém «
implemente efectivamente a legislação existente que regula a actividade das farmácias »
«
Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam. Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e ruge»
Paulo Macedo encontrou o seu Judas Iscariotes; em breve se arrependerá amargamente
desta aliança.
«
Não faço acordos com homens maus, nem com fraudulentos e hipócritas. E de indignos de caráter, jamais serei companhia.»
As corporações sempre tiveram um peso excessivo em Portugal. Assim continua. Na saúde, o ministério aliou-se -rendeu-se! - aos mais poderosos, ao lóbi dos raros médicos, conquistando a paz em troca de favores. Primeiro atirou-lhes com
melhores remunerações e agora devolve-lhes grande parte da capacidade de decisão na prescrição:
lá se foi a prescrição por DCI decidida pelo doente, que agora é obrigado a fazer a cruzinha antes de conhecer as opções e em frente do todo-poderoso-doutor e na farmácia terá que fazer uma maratona de cruzinhas.
Em 2006 já era previsível que vectores de doenças tropicais proliferassem em Portugal.
Até eu o previ. O que foi feito entretanto? Nada! Nada, a não ser varrer o problema para baixo do tapete. Agora os prejuízos são incalculáveis e
já todo o mundo sabe...
O
Bloco de Esquerda a defender a iniciativa privada na saúde e um Governo do PSD ultraliberal de direita a mandar nacionalizar empresas? Eu, um fássista, a afirmar que João Semedo tem toda a razão?
Se soubermos que tudo não passa de uma guerra entre multinacionais do diagnóstico laboratorial, tomando posição por entre as malhas lodosas do Estado já não será um espanto tão grande.
Seria bom que do Ministério da Saúde respondessem a João Semedo (e já agora as mesmas perguntas para a ULS de Matosinhos, cuja experiência é mais longa e certamente muito mais dispendiosa para o erário):
- Quantos profissionais estão afetos aos serviços de análises clínicas na ULS do Nordeste (dados discriminados por unidade hospitalar)?
- Quantas pessoas foram atendidas nos serviços de análises clínicas da ULS do Nordeste, nos anos de 2010, 2011 e 2012 (dados discriminados por unidade hospitalar)?
- Qual o número total de análises efetuadas nos serviços da ULS do Nordeste, nos anos de 2010, 2011 e 2012, (dados discriminados por unidade hospitalar)?
- Qual a conta de exploração individualizada de cada um dos laboratórios da ULS do Nordeste, nos anos de 2010, 2011 e 2012?
- Qual o valor anual despendido com laboratórios convencionados nos anos de 2010 e 2011?
Barcelona 0 - Benfica 0
Se não fossem os árbitros o Benfas não tinha perdido com a 3ª equipa do Barcelona e eliminado da Champions.
Sei de colegas, velhos Senhores, sem interesses no negócio, que choraram quando findou a indissociabilidade da propriedade e da direcção técnica das farmácias. Eu próprio, nesse
dia de 2007, fiquei bastante consternado; acredito na bondade do princípio «não há farmácias, há locais onde o farmacêutico exerce a sua profissão liberal», na sobreposição da ética e deontologia às regras comerciais, na melhor defesa dos interesses dos doentes quando o proprietário é farmacêutico e conhece perfeitamente os perigos do uso inadequado dos medicamentos.
A Ordem dos Farmacêuticos igualmente entende «
que um farmacêutico director-técnico deverá ser proprietário da respectiva farmácia, não podendo acumular qualquer outra propriedade de farmácia».
Não se compreende então que um candidato à Direcção nacional da OF, o
Dr. José Manuel Vieira Gavino, apresente na sua nota curricular a profissão "Proprietário de farmácias". Bem sei que é legal, mas... não me parece nada bem!
Não é lá muito prudente, quando se anda a negociar com o Ministério da Saúde e se está de luto, andar a oferecer descontos desta monta; não?
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O meu filho fez um exame médico desportivo sem ver nenhum médico.
A minha dúvida agora é: o relatório virá assinado pela mão de um médico ou será como nos laboratórios de análises clínicas modernaços em que a assinatura é impressa em série?
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