De destacar a possibilidade de diminuição dos padrões de qualidade dos serviços prestados nas farmácias que vendam pouco (art. 57.º-A), o sublinhar da proibição de exportar medicamentos (art.º 33) e de fazer recoveiragem (art.º 9 -4), o aumento dos inexplicáveis e absurdos postos farmacêuticos móveis (art.º 44), a exigência de um parecer - ó meu Deus! - da câmara municipal para transferências de farmácias (art.º 26) e qualquer coisa que não entendi sobre a abertura de farmácias a distância superior a 2 km (norma revogatória) e farmácias do sector social (art.º 59 -A); inevitavelmente, eventuais outras manigâncias ocultas estarão naturamente contempladas.
Inexplicavelmente, mantém-se os engraçados e enganadores princípio da liberdade de abertura de farmácias (art.º 3) e obrigatoriedade de implementação de um sistema de gestão da qualidade (art.º 13).
Enfim, isto deve depender dos ventos...
A margem consumida pelos encargos financeiros (compras de alvarás ao triplo, obras faraónicas) e custos com pessoal (ordenados antigos, chorudos) de muitas farmácias é insustentável com os novos preços, pelo que a única solução é substituir essas farmácias, que fecharão, por novas farmácias, livres de encargos desajustados: liberalização é o caminho, dr. Macedo.
ResponderEliminarQuem teve mais olhos que barriga só tem o que merece.
ResponderEliminarQuem comprou farmácias por valores mirabolantes, gulosos, iludidos pela árvore das patacas, convencidos que os "comiam" a todos, idem, idem...
Não sabia era que os salários de licenciados e técnicos nas farmácias são "chorudos"...
Basta comparar com outros sectores de actividade, nomeadamente da função pública.
Na farmácia, como em qualquer outra actividade, a moderação, o equilíbrio, o esforço de actualização permanente e constante, a gestão prudente, enfim, o bom senso, têm de imperar.
Não, meu Caro, a liberalização da miséria não é, não pode ser o caminho, Sr Barros...
BlueMan
O Estado chulou-se a ele próprio até entrar em falência e agora quer chular os privados até ao tutano.
ResponderEliminarAplicando o raciocinio de Otelo...este país vai ser um oásis de igualdade...todos pobres.
Para mim, mero obervador informado, nada de novo trazem estes remendos de leis.
ResponderEliminarO sector das farmácias com as leis do C.C. e com os gulosos que vieram ao engano está falido.
Os bancos emprestaram o dinheiro,os empregados trabalham e os donos, que nada fazem, andam de farmácia em farmácia a fazer as caixas e a pensar nos lucros do dinheiro que não é deles.
Quem quer peixe molha o cú.
Remédio: baralhar e dar outra vez!
Fizeram a papinha ao Cordeiro e companhia. É ver ainda menos farmacêuticos nas farmácias, ao invés de serem os proprietários a cortarem nos luxos pessoais/familiares a que se habituaram e que a realidade actual já não permite continuar. A ORDEM DOS FARMACÊUTICOS não se pronuncia sobre esta alteração que lesa os farmacêuticos comunitários assalariados (ou seja, a maioria dos farmacêuticos)? Não contesta? Afinal pagam-se quotas só para as aparências? Tudo isto me mete muito, muito nojo.
ResponderEliminar"Artigo 57.º -A
Regime excecional de funcionamento
1 — As farmácias cujo valor de faturação ao Serviço
Nacional de Saúde (SNS) seja igual ou inferior a 60 %
do valor da faturação média anual por farmácia ao SNS,
no ano civil anterior, podem beneficiar de exceções que
viabilizem a assistência e cobertura farmacêutica da população.
2 — As farmácias nas condições previstas no número
anterior podem beneficiar cumulativamente de:
a) Dispensa da obrigatoriedade do segundo farmacêutico
previsto no n.º 1 do artigo 23.º;
b) Redução de áreas mínimas definidas nos termos do
n.º 4 do artigo 29.º;
c) Redução do horário de funcionamento definido nos
termos do artigo 30.º"
Eu ainda me pergunto se essa medida aí em cima será realmente necessária, porque ao "preço" a que os farmacêuticos adjuntos/substitutos já estão (700EUR/800EUR a tempo inteiro) ou menos ainda em tempo parcial, não devem ser de todo os responsáveis pelo caos financeiro das farmácias (as megalomanias dos proprietários, insustentáveis com a baixa dos preços dos medicamentos e com os genérios, isso talvez sim). Toda a gente sabe que a tabela salarial acordada com o SNF é apenas fogo de vista.
ResponderEliminarNão há volta a dar-lhe: a liberalização é a única solução para manter uma rede de distribuição capaz.
ResponderEliminarA liberalização tem um só destinatário, a grande distribuição, com verdadeiros monopólios, salários miseráveis, despedimentos em massa de pessoal qualificado, etc. Cada um pensa no país que quer, é totalmente legítimo.
ResponderEliminarA cada farmácia um dono e de preferênçia farmacêutico.
ResponderEliminarAs leis C.C estragaram tudo e de propósito para arruinar o sector.
Os novos farmacêuticos já não podem aspirar a ter farmácia.
A liberalização só teria algum sussesso se fosse só dirigida a farmacêuticos e só uma.
O problema são as muitas farmácias de um só dono.
Está tudo irremediavelmente comprometido.Não há volta a dar!
É agradecer ao C.C. e ao sócrates.
Muitos estados não foram na cantiga
libertina e bem.
Essencialmente há 4 tipos de donos de farmácia: 1) velhos, 2) filhos de papá, 3) patos bravos 4) sortudos dos concursos de há 1 década.
ResponderEliminarNenhum destes está preparado para gerir farmácias em tempos de crise.
E quem são os prerarados e como vão tomar conta das farm. senhor turco?
ResponderEliminarEssas especulações são bonitas, mas não resolvem nem ajudam nada.
J.P.- Portimão
Presunção e água benta cada um toma a que quer.
ResponderEliminarJovem turco ?
Ou muito me engano ou é mais um jovem de truques, maroscas, manigâncias e outras traficâncias.
Filhos das jotas, (de)formados nessas escolas de delinquência onde aprendem a intriga, a traição, a luta pelo tacho, o tráfico, a corrupção e a roubalheira...
Foram estas altas "competências" que nos colocaram sob o jugo da ocupação estrangeira, às mãos de uns caras de cú a que chamam troika, que mais não são que esbirros da agiotagem mafiosa.
Preparado para gerir farmácias em tempos de crise ?
Não me faças rir !...
Tratava era de a passar logo a patacos, por tuta e meia, tal como faz a corja que nos desgoverna.
Tugatento
A liberalização será apresentada mais cedo do que tarde como a alternativa para viabilizar a rede de distribuição que este (des)governo - devidamente apoiado pelo Memorandum of Understanding e pela sua vontade de ir mais além - se tem entretido a inviabilizar. Se foi assim nos outros países "ajudados" pelo FMI, não será diferente por cá, pelo menos enquanto esta ideologia se mantiver e formos governados por chico-espertos.
ResponderEliminarMas a liberalização em si não é um problema nem bicho papão. Enquanto se assegurar a presença de um farmacêutico na farmácia, a coisa até poderá melhorar, assim nos saibamos adaptar aos novos tempos. Só que esta adaptação, na cabeça dos mais altos responsáveis da profissão, implica tornar o farmacêutico no especialista da venda de produtos diversos (da homopatetice à oftalmologia, da cosmética ao calçado, etc...), "oferecendo" a OF uma formação para a venda destes produtos. E isso preocupa muito mais do que qualquer alteração e mixórdia de leis. A ausência de uma estratégia por parte da Ordem, navegando à vista, sem alianças com os outros profissionais de saúde em defesa do SNS sair-nos-á muito mais cara do que qualquer liberalização.
A profissão tem de discutir o que quer ser no futuro, com ou sem liberalização: o profissional de saúde especialista do medicamento focado na sua correcta utilização, ou o simpático vendedor de medicamentos, sapatos, óculos, pilhas e bugigangas diversas. Neste momento, a tendência tende para a última hipótese e, a meu ver, será o fim da profissão de farmacêutico comunitário.
Concordo:
ResponderEliminarA liberalização bem planeada não é
um bicho de 7 cabeças.
Irritam-me especialmente os simpáticos e carraças vendedores de óculos e lunetas,babuchas,pulseiras milagrosas, massagens manhosas e banha da cobra elevada a estatuto de cosmética.
J.P. - Portimão
"E quem são os prerarados e como vão tomar conta das farm. senhor turco?"
ResponderEliminarSão aqueles que resistirão à concorrência livre, como em qualquer outro sector.
A farmácia, por muito que a cartilha liberal diga o contrário, não é um sector como os outros.
ResponderEliminarSe liberalizarem, haja os cuidados que houver, vai dar origem a um sector muito pior do que temos hoje, onde vai ser impossível encontrar gente bem remunerada (ao contrário do que temos hoje).
Num primeiro momento, irão abrir às centenas, dinamizando o sector das empresas de obras e remodelações de farmácias... Num 2º momento, tal como sucedeu com as parafarmácias, irão encerrar a grande maioria por falta de viabilidade. Claro que, entretanto o Continente, o Jumbo e Pingo-Doce já abriram as suas boticas nos seus centros comerciais e aí sim, meus amigos, vão estar as boas farmácias deste país.
Desengane-se pois quem vê na liberalização a luz que espera para que, no futuro possa ser um bem sucedido proprietário de farmácia. Proprietário sim, agora o sucesso será para muito muito poucos.
Gente bem remunerada ó Farmas? De certeza que não se está a referir à geração que tem agora 23-28 anos.
ResponderEliminaracho piada mas para os donos de farmácia o verdadeiro belzebu é a livre abertura de farmácias. podem descer os preço, descer as margens, acontecer tudo e mais alguma coisa, mas, ai, tudo menos livre abertura de farmácias.
ResponderEliminarporque será???
Penso que uma "liberalização" controlada e bem planeada que atribua a propriedade a só uma farmácia por proprietário deixa os "hiperer" de fora.
ResponderEliminarA questão a resolver será passar esta ideia e serão as muitas farmácias na mão de poucos.
As parafarmácias? Não se confunda alguidares com porcelanas.
De resto, quem não estudar o meio com muito cuidado e não trabalhar assiduamente no que é seu (e ser farmacâutico), merece fechar.
O tempo da árvora das patacas acabou.A coisa agora é só para os bem preparados.
Não percebo a aversão a hipers. As mercearias antigas serviam-nos melhor e a mais baixo preço? E as antigas policlínicas melhor que o Hospital da Luz?
ResponderEliminarFalando em parafarmácias: aquelas que se estão a safar, estão também a começar saídas importantes em termos de emprego para os profissionais. Pelo menos a avaliar pelos portais de emprego. Haverá aqui uma nova oportunidade para desenvolver a profissão?
ResponderEliminarQuanto aos decretos em si, dá de facto a impressão de terem sido feitos pelo relvas, doutorado em ventos e mudanças de ares...
Jovem Turco:
ResponderEliminarEu sou contra a concentração de monopólios,e outros poderes.
A pequena farmácia ao pé da porta
serve tão bem como a grande e rica longe, cujo dono tem 4.
A pequena mercearia na minha rua serve-me bem e não gasto gasolina para ir a esses centros de consumo faraónicos que não me conhecem e não me ajudam com um conselho bom e barato.
O pequeno comércio também dá emprego e é factor de vitalidade e união dos locais de habitação.
Vou tomar café na porta ao lado e não ao belmiro a cascos de rolha.
1º) Gente bem remunerada sim! Claro que a nova geração não se inclui neste grupo, pois como toda a gente já percebeu o poço de petróleo secou.
ResponderEliminar2º) @Afonso: A liberalização da abertura de farmácias seria obviamente muito negativa para quem já tem farmácia e, portanto, é normal que não a defendam. Está enganado no entanto quando refere que está tudo bem se os preços descem e a margem desce. O problema começou aí: O negócio em si, já não é sustentável se se mantiver a estrutura de custos que foi constituída. E goste-se ou não, a grande fatia desses custos fixos vem dos custos com pessoal. Como resolver? Despedir? Em muitos casos é caríssimo. Baixar ordenados? Em muitos casos é ilegal. Então? Ah, pronto, resolve-se da maneira mais fácil: Deixem-nas falir que logo ali vêm os salvadores da pátria e criam farmácias ainda melhores. Creio que já ninguém acredita que o D. Sebastião aí vem...
Concordo com quem defende que quem trabalha é que merece o sucesso. Sempre fui um defensor da meritocracia. O problema é que, no actual momento, não chega ser-se muito bom e estar-se muito bem preparado. Mesmo assim a falência pode estar logo ali ao virar da esquina.
Já agora, liberalização controlada? O que é isso?
ResponderEliminarDeve ser como o mesmo que "saída controlada do euro"!
Ou é ou não é!
Ou bem que se limita por motivos de saúde pública ou, se se começa a desregular porque se acha que esse bem é menos importante que a liberdade económica, porquê ficar nas meias-tintas?
Se houver liberalização será como mandam as regras. Para tudo e para todos.
A felicidade que por aqui vai haver nesse dia...
Farmasa:
ResponderEliminarHá muitas maneiras de matar pulgas.
O que falta por cá são leis a meias tintas.
A "troica" não tem o monopólio da verdade.
Até o sr. Hollande, esse democrata, de promessas vãs,já pressiona Espanha e Itália para salvar a pele.
http://cogitare.forumenfermagem.org/2012/08/estudante-de-enfermagem-conquista-medalha-de-prata-nos-jogos-olimpicos-de-londres/
ResponderEliminarFarmasa já devia estar habituado ao contante apelo à liberalização de farmácia neste blog. Mas aprecio o seu esforço e argumentos.
ResponderEliminarMas será que leram o estudo do Pedro Pita Barros?
O engraçado é que os tais liberais políticos mais influentes normalmente não defendem a liberalização deste sector.
E para quem está a trabalhar no sector sabe bem que se trabalha mais e ganha-se menos.
Mas é preferível mandar uns bitaites.
Mas este dr. Peliteiro, priviligeado do sistema, nunca mais acaba as férias?
ResponderEliminarAlguém tem que trabalhar neste País!
Já chega de mordomia.
A crise...cuidado com a crise... Falam bem mas praticam mal.
Eu há 15 anos que não tenho férias.
ResponderEliminarTrabalho de dia e de noite como farmácia única para 1800 habitantes,
Maldita a hora em que me meti nisto, a contar com o ovo no cu da galinha!
Há leis inúteis para as aldeias com um farnacêutico a tempo inteiro
respeitador da ética e das boas práticas.
_Cantigas alentejanas-
Caro colega das cantigas alentejanas:
ResponderEliminarComo o percebo.. Sou o feliz proprietário de 2 parafarmacias e sei o que é trabalhar 6/7 dias por semana. As farmácias nao sao viaveis pq se vive acima do que se pode! Se parafarmacias sao viaveis pq nao serao farmacias? O problema é q sai do corpo e os donos das farmacias nao gostam de trabalhar...
Querem combater o desemprego no sector? Liberalizem a abertura de farmacias limitadas a uma por farmaceutico e verão como não há novamente desemprego na classe! A OF nao defende os interesses dos farmaceuticos mas sim dos donos das farmacias... O dr. Mauricio até me inspirava confiança mas desiludiu-me profundamente...