Excelente o "2.º Congresso internacional de qualidade em saúde e segurança do doente".
Num encontro cuja organização é completamente alheia à classe farmacêutica, aos seus interesses e vaidades, os medicamentos tomaram um lugar central nas discussões e o brilho de alguns colegas foi natural e espontâneo: por exemplo Mara Guerreiro dirigiu um impecável curso sobre incidentes com medicamentos, onde teve oportunidade de comprovar que os farmacêuticos são os profissionais de saúde que melhor detectam reacções adversas medicamentosas e Olímpia Fonseca demonstrou como uma farmácia de um hospital de província, Covilhã, pode adoptar práticas ao nível do que melhor se faz no mundo.
No fim, numa mesa presidida por Hipólito de Aguiar, foi bom ouvir o pai da medicina baseada na evidência, Vaz Carneiro a escandalizar-se por a validação terapêutica pelo farmacêutico hospitalar não impedir a consumação da prescrição médica potencialmente errada, a surpreender-se por a reconciliação terapêutica na alta hospitalar não ser efectuada em todas as farmácias hospitalares do país e, por fim, a reconhecer ser uma evidência que "os farmacêuticos sabem muito mais de medicamentos que os médicos".
O Vaz Carneiro já estava bezano quando proferiu esses disparates, ou então só quis parecer simpático no meio dos farmacêuticos. É óbvio que os farmacêuticos não sabem mais de medicamentos que os médicos! Não são eles que diagnosticam, não são eles que prescrevem, não são eles que têm de saber mecanismos de acção nem estar a par das últimas guidelines e recomendações no que toca à terapêutica. A eles só lhes cabe vender e pouco mais fazem do que isso! Renda-se às evidências: se for perguntar aos seus colegas farmacêuticos de farmácia de rua sobre quais as reacções adversas mais comuns dos IECAs ou das estatinas, ou qual o tratamento de 1.ª linha na terapêutica da osteoporose, duvido que obtenha resultados positivos. Renda-se às evidências!
ResponderEliminarEsse Hipólito de Aguiar está em todas? É uma espécie de socialite dos farmacêuticos? Não trabalha?!
ResponderEliminarOh Sr. Dr!
ResponderEliminarArrume lá a sua viola! O problema dos médicos é estarem perfeitamente conscientes de que NÃO SABEM MAIS de medicamentos do que os farmacêuticos! Como é que poderiam saber com 2/3 da farmacologia que um farmacêutico tem? Mecanismos de acção? De certeza que há muitos mais médicos que nem sabem como funciona uma bomba de protões ou quais as principais implicações de prescrever uma estatina com um fibrato, ou dos perigos de prescrever uma sulfonilureia ao deitar. Guidelines? Em 10 anos de experiência foram mais as vezes que vi os médicos a "esquecerem-se" de guidelines do que as vezes que os vi a cumprirem.
Este é claramente um dos cancros dos sistemas de saúde: os individuos que estudam para fazer diagnósticos acham que também têm que prescrever. Não têm. Só o fazem ainda porque quando toca a lobbies, os farmacêuticos ainda estão na infancia.
Ou muito me engano ou este Sr. Dr. sabe muito de medicamentos.
ResponderEliminarPrincipalmente daqueles que lhes garantem "muita saúde" e grande qualidade de vida... para os próprios...
Mordomias várias, fins de semana, férias, dinheiro vivo, até "congressos" onde podem brincar aos piratas.
Brincar aos piratas ?
Não será antes a treinar ?...
A maior raiva dos "Senhores Dotores" é que o seu trabalho é avaliado e escrutinado pelos Farmacêuticos.
ResponderEliminarCausa engulhos e mal estar.
De vez em quando "escorregam" e portanto o ideal era terem nas farmácias tolinhos com os olhos fechados, ou aviadores de caixas sem sentido crítico.
Em 6 anos de curso, não tive nem uma cadeira que me ensinasse a aviar caixas, nem usar o x-ato ou o leitor de códigos de barras, nem muitas outras coisas para as quais não tenho jeito nenhum....e no entanto, pasme-se, sou farmacêutico encartado. Diga-se de passagem que não também não pesco lá grande coisa de medicamentos, eh,eh,eh...
ResponderEliminarJá não é mau ter jeito para dizer asneiras.
ResponderEliminar:)
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