Cresci-mente

Portugal vai dar cartas no turismo de saúde

O Presidente da AEP disse que o desenvolvimento do projeto Healthy'n Portugal pode "contribuir para o crescimento do PIB em dois pontos percentuais e reforçar a posição de Portugal no mercado turístico, contribuindo para o objetivo de se atingirem, em 2015, 20 milhões de turistas e um peso relativo de 15 por centro do PIB" nacional.

Admiro a serenidade desta gente que consegue dizer estas tretas sem se rebolar a rir.
Volta e meia temos uns delírios de grandeza, como por exemplo quando deitamos 5 milhões de euros ao lixo em investigação clínica e que nunca mais se ouviu falar.

 Nós não teremos sucesso no turismo de saúde porque 1) os nossos honorários médicos são exorbitantes (qualquer cirurgião português de 70 anos, tremendo das mãos e com cataratas, ganha bastante mais do que um bom cirurgião, por exemplo, da França ou de Itália); 2) os nossos hospitais são ineficientes (qualquer hospital português, público ou privado, gerido por bois dos partidos e dos interesses, tem um uma capacidade de gestão muito inferior ao de um hospital com uma curva de experiência consolidada, por exemplo, do Sul ou das ilhas de Espanha); 3) os nossos blocos operatórios não dão confiança aos médicos assistentes dos países emissores de turistas da saúde (concretamente os ingleses que preferem médicos lá formados e certificações de qualidade UKAS, por exemplo, na Índia).
Resumindo, não somos competitivos - nem seremos tão cedo, em 2015 de certeza que não - e isto, aparentemente, é uma grande intentona procurando sugar mais dinheiros públicos, dinheiros nossos. Deve ser isto a que os socialistas chamam políticas de crescimento.