Impressões de um Boticário de Província

'Revolução' na política do medicamento

«Ana Jorge defendeu que as medidas introduzidas pelo executivo poderão “reduzir até 80 milhões de euros” os gastos estatais com medicamentos. “Mas esta redução não é feita nem à custa da qualidade, nem por via da transferência de custos para o utente”.»

Falhadas as extraordinárias reformas na política do medicamento de Correia de Campos (Portugal é a segunda - segunda! - maior taxa de despesa com medicamentos na UE, em 2009 o mercado dos medicamentos cresceu 6,3% - mais do triplo do previsto! - nas Farmácias e 11% - inacreditável! - nos hospitais) surgem agora as réplicas. O Ministério da Saúde anunciou hoje uma verdadeira quadratura do círculo: melhorar o acesso ao medicamento e poupar dinheiro em comparticipações do Estado.

Tal como anteriormente previ o fracasso das reformas do medicamento também agora prevejo que daqui a um ano se verificará que a despesa com medicamentos afinal seguiu o seu curso inexorável, à mercê dos interesses de sempre. Os números, que são facturas, não mentem.
Enquanto não se atacarem as verdadeiras causas do descontrolo com os gastos em medicamentos, enquanto não se tomarem medidas de ruptura - como a prescrição por denominação comum internacional - aplicadas com rigor, anúncios de milagres como os de hoje - prontamente amplificados por uma comunicação social que caninamente deita e rebola - serão replicados a espaços sem que o problema se resolva.

Peliteiro, às 22:52

Comentários:

O bastonário da Ordem dos Médicos mostrou, esta quinta-feira, em declarações à TSF, dúvidas quanto aos efeitos práticos das alterações à comparticipação dos medicamentos.

Segundo alterações aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros, os reformados mais pobres continuam a ter direito a remédios a custo zero, mas a comparticipação do Estado aplica-se apenas aos medicamentos mais baratos.

Perante isto, o bastonário da Ordem dos Médicos revela preocupação com a falta de medicamentos mais baratos nas farmácias.

«Preocupa-me verdadeiramente a existência de stocks nas farmácias dos medicamentos mais baratos», porque «as experiências de que tenho tido conhecimento» dão conta de que «muitas vezes quando os médicos queriam medicamentos mais económicos esbarravam com a inexistência desses medicamentos devidamente disseminados», disse.

Pedro Nunes defendeu também que é preciso garantir aos médicos informação sobre os preços dos fármacos.

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TSF : quinta-feira, março 04, 2010

Pois é, o pote de colesterol gosta é de fazer demagogia, já que 90% dos médicos não pergunta ao doente se este pode pagar os medicamentos prescritos. Já para não falar que grande parte das receitas vêm trancadas.

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Anónimo : quinta-feira, março 04, 2010

Os caros senhores jornalistas da TSF, ao invés de aqui virem colocar enormidades e ao invés de procurarem e divulgarem as opiniões do Sr. Pedro Nunes, deviam procurar e divulgar a opinião do Sr. Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos sobre esta matéria. Até porque há algo a ser refutado, sobretudo quando o Sr. Nunes diz, e passo a citar: «Preocupa-me verdadeiramente a existência de stocks nas farmácias dos medicamentos mais baratos» e «muitas vezes quando os médicos queriam medicamentos mais económicos esbarravam com a inexistência desses medicamentos devidamente disseminados», disse. Antes de mais, o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos não tem de se preocupar com assuntos alheios à sua classe profissional, ou seja, com as farmácias e com o os stocks da farmácia - não é da sua competência. Questiono-me onde se formam estes jornalistas que prestam um serviço informativo tão pobre...

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Anónimo : sexta-feira, março 05, 2010

Acrescento ainda que o Sr. Nunes devia preocupar-se antes com os milhares de médicos que trancam as receitas médicas para impedir a substituição do medicamento por um genérico mais barato e com os médicos que desprezam completamente as condições socio-económicas dos seus doentes. A TSF está à espera de quê para confrontar os médicos com estes factos ao invés de relatar as baboseiras proferidas pelo Sr. Nunes?

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Anónimo : sexta-feira, março 05, 2010

Vou mais uma vez começar pelo principio: a receita. Porque é que quando um médico prescrve um genérico "de marca", em baixo assina que não autoriza "o fornecimento ou a dispensa de um medicamento genérico", a receita tem de ser mudada....

Depois tudo o que ouvi nas comunicação social pareceu-me "mais do mesmo". Colegas, eu tou parva ou já não é assim que as comparticipações são feitas desde ~já algum tempo??? E para que serve o preço de referencia...dahdahdah

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Anónimo : sexta-feira, março 05, 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mais uma mentira socialista

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