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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

Desde 2003


domingo, 31 de janeiro de 2010

Nação valente 

31 de Janeiro
No 31 de Janeiro de 1891 já se pode ter a percepção de alguns dos traços fundamentais do português contemporâneo e dos actuais valores republicanos:

«Os revoltosos subiram depois pela rua de S. António, em direcção ao quartel general. Quando a Guarda Municipal, na praça da Batalha, respondeu a tiro, a revolta desfez-se. Os sublevados, na sua debandada, deixaram um rasto de sapatos e de chapéus pela rua abaixo. Às dez da manhã, renderam-se, apesar de terem o dobro dos efectivos da Guarda.
(...)

Sobre a revolta no Porto, Teófilo Braga dizia ter sido feita com "dinheirinho da polícia".»
Rui Ramos, historiador.

Peliteiro,   às  20:08
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sábado, 30 de janeiro de 2010

Leitão à Twitter 

No Expresso de hoje: «Em tom de brincadeira, um grupo habituado a discutir política e o país no Twitter começou a falar de leitão. A coisa deu origem a um almoço e está a animar a rede social e até a blogoesfera. Saiba mais».

Comer leitão e falar de política é um apelo irrecusável (denunciar políticos locais corruptos é um bom ponto de intersecção entre leitão e política e eu sobre isto tenho algumas coisas a dizer), de modo que, obviamente, fui dos primeiros a aderir a esta iniciativa e, com todo o gosto, lá estarei.


Peliteiro,   às  14:48
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sucessos da reforma do medicamento do Governo socialista 

«Despediram-se 23 dos 24 profissionais que integravam a equipa inicial da Farmácia do Hospital de S.ª Maria»
«Ordenados em atraso, valores pagos incorrectos, horários irregulares e uma "estratégia de terror psicológico.» «Desde o primeiro mês houve problemas em receber os ordenados: valores incorrectos, subsídios e comissões por pagar, prazos e promessas por cumprir, falta de recibos e dívidas ao longo de meses.» «Ausência de horários definidos, o que significa que chegavam ao ponto de "não conhecerem o horário para o dia seguinte nem existir horário afixado, nem mapa de férias". As pausas para descanso e refeições "eram proibidas regularmente". A isto juntaram-se "maus tratos - verbais e até físicos. »

Isto ainda não é nada. Quando o legislador é ignorante, incompetente e tem interesses quem paga é o povo que o elegeu. Ainda terão muitas saudades do tempo em que as farmácias eram sempre propriedade de farmacêuticos.

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Peliteiro,   às  22:28
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010



Peliteiro,   às  13:00
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Notícias que me matam de riso 

OE: Os gastos com medicamentos em farmácias não deverão exceder a inflação para 2010 acrescida de um ponto percentual e as despesas com fármacos em hospitais não deverão ultrapassar os dois pontos acima da inflação.
Alguém acredita que isto seja exequível por um Governo tão fraquinho?

Peliteiro,   às  22:36
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Sucessos das reformas na saúde do Governo socialista 

6 em cada 10 famílias portuguesas sentiram dificuldade em pagar despesas de saúde
e
650 mil famílias adiam tratamentos médicos por dificuldades financeiras

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Peliteiro,   às  22:05
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domingo, 24 de janeiro de 2010

De olhos bem fechados 

«Como os povos guerreiros da antiguidade, que adestravam a sua moçidade na arte da guerra, assim a infância poveira se ensaia nas lutas com o mar, dando-nos, por vezes, espectáculos bem impressionantes pelo arrôjo com que se arriscam nesse seu ensaio de heróica valentia.
Quando o mar pica na barra, vão nos pequenos barcos rebôlos e nas masseiras, encarrilhar nas vagas alterosas do assêjo. E quando a vaga se aproxima da barra, avolumando-se por efeito de penedia submersa, arrojam o barco para ela com a ré, para que, mal a onda dê indícios de dobrar, quebrando-se, possa apanhar o barco e trazê-lo sobre o dorso em correria, até terminar a farfalhar a onda, que quando é longa, os entusiasma e os faz gritar de alegria.»
In "O Poveiro", de Santos Graça, em 1932



A Póvoa de Varzim é uma terra voltada para o mar, que vive do mar, que gosta do mar.
Na Póvoa patrocinam-se provas automóveis dentro da própria cidade, corridas de bicicletas de montanha, futebol inter-pancadaria, etc., etc., mas há um atleta de Bodyboard, Tiago "Moita" Silva, do Clube Naval Povoense, penta-campeão nacional, campeão universitário, campeão europeu, entre outros muitos títulos, que se queixa da falta de apoios e que não tem orçamento para participar nas etapas do campeonato mundial!
Na Póvoa investem-se milhões num parque da cidade, longe do mar, que está às moscas, frequentado essencialmente por cães vadios e pederastas, mas há atletas que praticam desportos de mar - ou de praia como os jogadores de futevólei - e que se despem e vestem, raparigas incluídas, enrolados em toalhas, sem um chuveiro, sem um balneário, sem as mínimas condições, sem a mínima dignidade.
Na Póvoa já não há um Cego do Maio, mas há gente que não tem a mínima visão, que anda de olhos bem fechados.



Peliteiro,   às  23:02
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estado incentivou compra de medicamentos pela Internet 

6% dos cibernautas em Portugal já compraram medicamentos pela Internet

A contrafacção de medicamentos é um problema de saúde pública que preocupa todos os Governos sérios. A venda de medicamentos pela internet é um dos canais predilectos dos contrafactores.
O Governo Sócrates e Correia de Campos, na ânsia de bem fingir que afrontava lóbis, teve a ideia peregrina, modernaça, de promover em Portugal a venda de medicamentos pela internet (faça-se uma pesquisa no google para ver as muitas manchetes promocionais nos jornais).
Não é só por causa desta chico-espertice socialista que a compra dos medicamentos pela internet se faz em crescendo; mas contribuiu, e muito, certamente.

As irresponsabilidades, mais cedo ou mais tarde, pagam-se.

Peliteiro,   às  13:49
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tretas tíbias 

Pedro Passos Coelho pretende definir um modelo mais liberal da gestão da saúde em Portugal.

Passos Coelho tem um problema enquanto político: tudo o que diz soa a oco, não parece consistente nem fundamentado, mas antes colado com cuspo, falho de conteúdo, enfim, soa a tretas de político. Também, quando trata de política de saúde, parece pouco firme, pouco convicto, com muitas incertezas, enfim, tíbio.
Passos Coelho, pelo que pude entender da leitura do ionline pretende, caso um dia seja eleito Primeiro-Ministro, definir um modelo mais liberal da gestão da saúde em Portugal. Mas, o que quer dizer isto? Quão mais liberal é este modelo? Como se consubstancia este querer?

«O antigo líder da JSD defende a criação de um sistema de saúde misto, de responsabilidade pública e privada» - Mas não é já isto que acontece? Não conhecerá a medicina privada em Portugal, os convencionados, as seguradoras, as taxas moderadoras?

«Defende que a racionalização da "despesa com cuidados médicos e de saúde" se deve apoiar na transferência dos custos da saúde para os utentes através de taxas, com a contrapartida dos desagravamentos fiscais» - A racionalização da despesa faz-se do lado da despesa e não do lado do financiamento (é preciso coragem para racionalizar despesa, enfrentando os interesses instalados, coisa que parece não haver: «Apenas com a boa gestão e eficiência do SNS não resolvemos o problema». Por outro lado, que desagravamentos fiscais terá uma grande parte dos portugueses que já não paga impostos significativos, que ganhos de financiamento se conseguem com esta transferência de impostos para taxas, que estudos foram feitos?

«Quer introduzir maior competitividade entre prestadores públicos e privados de saúde e a efectivação da liberdade de escolha individual» - Muito bem, parece bem, mas um político tem que ser decidido, sobretudo quanto enfrenta uma formação de interesses poderosa, não pode ter tantas "cautelas", nem temer em demasia «problemas de transição delicados» nem perder-se em «experiências-piloto, com uma implementação sequencial». Coragem é preciso!

«Defende gestão privada de pequenos e médios hospitais» - Se se quer maior competitividade, porque não gestão privada também de grandes hospitais? De que tem medo?

«Sugere a escolha criteriosa das unidades de saúde pública destinadas à concessão de gestão privada» - Quando as escolhas são criteriosas demais, costumam ficar... os amigalhaços! E isso não é nada competitivo.

«Defende a exclusividade no vínculo laboral dos médicos», mas «mantendo a possibilidade de passar de um lado para o outro». - Isto quer dizer que se mantém a possibilidade do regime de licenças sem vencimento de 20 anos, com emprego e reforma sempre garantidos? Isto é que é exclusividade que promete? Fuma mas não inala?

«Quer uma maior penetração dos genéricos, a criação de unidoses ou minidoses e ainda uma maior liberalização no regime das farmácias» - Essa dos genéricos já é velha, mas tão velha!... A unidose já é ressessa mas tão ressessa!... O que raio são minidoses? Para a liberalização das farmácias já demos e voltamos a dar! O que quer dizer com isso Pedro? Da instalação, da propriedade, do exercício, do local de venda? Santa paciência!

Enfim, banalidades, vacuidades. Lamento mas, militante de infra-base se confessa, para mim Passos Coelho é "O homem sem qualidades" do PSD.

Peliteiro,   às  07:56
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Negligência farmacêutica 

«Recentemente uma jovem deu entrada no serviço de urgência do Hospital da Póvoa de Varzim, com fortes dores devido a um engano no medicamento, fornecido pela farmácia. O medicamento prescrito pelo médico contemplava dez vezes menos a respectiva dosagem.
Na farmácia em causa foi ainda preciso lembrar ao farmacêutico que o medicamento inicialmente pago, tinha um custo superior ao receitado, pelo que foi necessário um reembolso, estranhamente dificultado.
» Póvoa Semanário

A dupla José Sócrates / Correia de Campos, como todos sabem, não gostava nada de Farmácias, equiparando-as a estabelecimentos de venda a retalho de medicamentos. As Farmácias agora fazem descontos e são propriedade de empreiteiros e agiotas e as Farmácias Hospitalares estão quase sempre lá em baixo, nas catacumbas.
Na minha Farmácia não saía nem uma receita médica durante o dia que não fosse validada por duas pessoas, sendo pelo menos uma delas Farmacêutico com 6 anos de Coimbra.

Infelizmente a realidade encarregar-se-à de explicar que o trabalho farmacêutico é muito importante e de muita responsabilidade.

Peliteiro,   às  23:10
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Desculpem não ser sobre bola mas passa já 

Do Besugo, velho companheiro blogosférico, bom escritor, transmontano, médico ligado à oncologia, um excelente texto sobre o encerramento de unidades oncológicas e a "trasmontanidade":

«A morte por cancro é uma das inerências da longevidade. Isto é sabido. E morrer é uma merda.
Mas não me interessa agora nada disso.
Interessa-me que já vi morrer, que acompanhei na morte - depois de ter sido parceiro honesto, o mais honesto que consegui, de todo o impressionismo revoltado e terno de muitos fins de vida -, muitos homens e mulheres mais novos do que eu.
Tenho 49 anos. Sou ainda novo, talvez, para morrer. Mas que dizer deles e delas, de todos os que me ultrapassaram pela direita baixa sem quererem, antecipando-se-me no fim?


Que mais novos eram. Isso mesmo.
Da mesma maneira que não me orgulho nada de ser português - sou-o por acaso - gosto de o ser. Podia talvez não gostar, acredito que haja quem não goste. Eu, sem me orgulhar do que não fiz por ser, gosto. Os motivos são bastantes e todos discutíveis. São motivos, por definição.


Parei de vos tentar situar porque este texto tem uma má introdução, mas eu escrevo sempre à pressa e nunca sei como vai sair o que cismei escrever. O que, não desculpando nada, também não lhe acrescenta culpa.
Tenho acompanhado quase tudo o que se tem escrito sobre a Oncologia em Portugal. Também nos blogues. E tenho trabalhado nessa área nos últimos anos da minha vida, quase dezassete agora, se me remeter aos tempos do Porto e de Gaia. E de S. Miguel.
Agora estou, há mais de três lustros, em Trás-os-Montes. Nasci aqui, para aqui voltei. E Trás-os-Montes é uma Província pobre da província inteira.
Temos aqui cerca de 500.000 habitantes.
Temos neve, temos algumas más estradas e outras muito más. E algumas SCUTs que alguns nos querem fazer pagar, ainda por cima. Temos aldeias que ficam longe das sedes dos seus concelhos, suas primeiras mães, ficando muito mais longe, ainda, das sedes dos seus distritos.
A que distância ficarão, então, do litoral? A um mar inteiro?
Se alguém me ler e viver em Trás-os-Montes saberá entender que quando proponho paralelos entre a insularidade e a "trasmontanidade", me cubro da maior razão que pode haver, que é a que me vem de conhecer ambas as realidades e de ter sempre de ver de muito longe. E muito ao longe.
Acredito, claro, nas vantagens das estradas boas, que nos deixam ir mais depressa ter com o conforto. Mas acredito também na sua mistura, dessas estradas boas, com a maior vantagem de termos por perto coisas boas que também confortam.
Trás-os Montes, que trata doentes oncológicos há já muitos anos, que possui agora - luta árdua de muitas pessoas - alguma capacidade de atrair e de manter as competências "próprias" necessárias à complementaridade suplementar das competências "práticas" que já possuía (e que sempre possuiu) merece a oportunidade de tentar agora, ao menos, ter de Portugal o benefício da dúvida. Merece, com os meios que tem e que são hoje bem maiores que os que já tinha, não ver tombar sobre si a fúria centralizadora de quem não quer sair do litoral, onde passará, com o tempo e se o caminho da descentralização não se inverter, a ser excedentário (pelo menos em termos de serviço público, que os serviços privados florescerão sempre, pelo menos enquanto lhes não cobrarem o envio, para tratamento das complicações inerentes a qualquer acto médico, dos "seus" doentes para o sistema nacional de saúde).
Se a Braga, a Vila Real, a Viseu, não sei se a Bragança, a Évora, a Faro, for concedida a benesse de possuir equipamentos e meios humanos para que se possam ali fazer tratamentos de radioterapia, sendo que já ali se asseguram tratamentos de cirurgia e quimioterapia, como irão os IPOs e os hospitais do litoral justificar a concentração dos imensos meios "básicos" de que agora dispõem? Como se justificará, nesse futuro em tempos prometido e mesmo legislado (plano oncológico 2000-2005), a presença de meia centena de oncologistas médicos num qualquer IPO, se se legislar (mantendo directrizes anteriores) no sentido de esses Centros Altamente Especializados (que o são, não há aqui nenhuma ironia, os IPOs são isso mesmo e, até por isso, o que direi a seguir ganha reforço) passarem a tratar sobretudo as patologias oncológicas mais raras e mais diferenciadas? Terá o SNS a coragem de jogar a cartada que se impõe, há já muitos anos, de convidar esses oncologistas e radioterapeutas a optarem, de vez absoluta, em querendo permanecer no serviço público, por virem prestá-lo ( a esse público serviço) onde são precisos e onde se foram criando estruturas carentes apenas deles mesmos, que não as querem, ainda que com incentivos - sob pena de dele sairem, do sistema? E será o SNS capaz de lhes dizer, em eles optando por sair, "em eles se privatizando de vez absoluta", que poderão fazê-lo, claro está, desde que assumam as despesas dos seus tratamentos e das suas complicações (como faz o serviço público, pobres bestas que nós somos), em lugar de remeterem os seus doentes piorados e terminais à "vala comum e para eles, remetentes, gratuita" do sistema que ajudam a empobrecer e, algumas (talvez poucas, enfim) vezes, a minar, pelas ânsias de manterem um pé no "pai dos pobres" e outro na legítima (é legítima, está prevista na lei) ganhuça?


Deixai-me sair daqui, imediatamente, deste emaranhado antigo das minhas ideias, das crenças e querenças em que me criei e em que me criaram.
Deixai-me admitir, por ser verdade, que há nos IPOs e nos Hospitais Centrais de todos os litorais excelentes médicos, excelentes investigadores, muitíssimo boas pessoas. Sei isto muito bem por causas várias. Por exemplo, por com eles manter, há longos anos, relações (quase) próximas e de necessidade. Alguns dos meus melhores amigos e colegas estão lá. E são muito bons profissionais. Muito me têm ajudado: mas de longe, pena minha.
Acreditai. Que quero eu dizer com isto, no fundo, sem querer ofender ninguém nem solarinar pratas que não são minhas? Meu Deus, apenas isto: quero dizer que queria alguns deles cá. Para que ser de cá fosse, cada vez mais, como ser de lá.


Voltarei em breve à bola, de que muito gosto e que me permite sempre manter-me na trincheira baixa e calma - e aguada, sempre muito aguada - de que carece qualquer besugo.
(hesitei em deixar isto aqui, quero sossego; mas penso não estar, com isto, a ofender ninguém - mesmo que pense diferente)»

Peliteiro,   às  18:20
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Sucessos da política de saúde do Governo socialista 

Em Portugal não há uma estratégia de diagnóstico e de prevenção da diabetes

Mais, na Póvoa de Varzim, por exemplo, um concelho desenvolvido do litoral, há diabéticos que não têm médico de família, há até - pasme-se! -, diabéticos insulinodependentes que não conseguem ter um médico de família!

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Peliteiro,   às  10:49
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu confio na OMS 

É impossível prever hoje qual a evolução da pandemia da gripe suína (H1N1v). Mas se durante este Inverno não houver um recrudescimento da actividade viral então, se o impacto da doença se limitar aos danos actualmente contabilizados, logo surgirão os mais variados adivinhos póstumos anunciando teorias de conspiração, acordos milionários, campanhas negras e vendas de almas ao diabo. É fácil criticar uma medida preventiva quando o perigo já passou e não surtiu nenhum importante efeito negativo.

Algumas vozes se levantam já, concretamente a moção apresentada pelo Dr. Wolfgang Wodarg, Presidente da Comissão Para a Saúde do Parlamento Europeu - «A fim de promover as suas drogas patenteadas e vacinas contra a gripe, as empresas farmacêuticas influenciaram cientistas e agências oficiais responsáveis pela Saúde Pública para alarmar os governos em todo o mundo e fazê-los despender orçamentos da Saúde, já de si reduzidos, em campanhas de vacinação ineficazes que expuseram, desnecessariamente, milhões de pessoas saudáveis ao risco de efeitos colaterais desconhecidos, devido a vacinas insuficientemente testadas» -, no fundo muito em linha com a campanha em surdina que contribuiu para o retumbante fracasso da campanha de vacinação na Europa e um pouco por todo o planeta.

A OMS, muito bem - porque ninguém deve estar acima de suspeitas ou julgamento -, anunciou já que um grupo de especialistas analisará a sua actividade perante a ameaça da pandemia de gripe: The World Health Organization is to examine its handling of the H1N1 pandemic, after accusations by some politicians that it exaggerated the dangers of the virus under pressure from drug companies.


Já há muito compreendi que o dinheiro, o dinheiro sujo também, também faz rodar o mundo e todos sabemos das influências da indústria farmacêutica no consumo de medicamentos em todo o mundo, muito concretamente em Portugal. Mas se se provar que a OMS, a CDC, a DGS, a FDA, a EMEA, e o escrutínio da multidão de especialistas, peritos, consultores, cientistas, farmacêuticos e médicos, etc., conseguiu enganar o mundo inteiro, durante meses, por influência das companhias farmacêuticas, então o mundo é mesmo um lugar perigoso para se viver e, doravante, não se pode crer mais em nada nem em ninguém.
Eu, continuo a confiar nestas importantes instituições de saúde, em particular na OMS.

Peliteiro,   às  00:02
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Insensibilidade social 

O meu filho mais velho acaba este ano o 9º ano. A escola pública que frequenta está a organizar uma viagem de "fim de curso". A Paris!

Ora, como pode um filho de um pescador, de um operário das conservas de peixe ou de uma cordoaria, de um pequeno comerciante assolado pela crise, desempregados, etc., pagar a um filho um passeio de uma semana a Paris que custa mais de 500 euros? Deve aquilo que seria um momento de confraternização entre colegas transformar-se em, mais um, factor de exclusão entre os jovens?
E não colhe o argumento de que "a vida é assim mesmo". Porque a escola pública existe, é paga com os impostos de todos nós, exactamente para que todos, independentemente da sua condição sócio-económica, possam evidenciar mérito, procurando a igualdade de oportunidades, cimentando a coesão social necessária ao desenvolvimento de qualquer país.
Não ver isto, como não estarão a ver os professores organizadores da viagem, demonstra uma enorme insensibilidade social, é cruel.
[Para ver todos os comentários é necessário ir a "Enviar um comentário" e no fim da página clicar em "mais recentes"]

Peliteiro,   às  07:58
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sábado, 9 de janeiro de 2010

O dia mais estúpido 

ou contributos para a explicação da produtividade nacional


Tinha agendado para hoje uma auditoria a um armazém de medicamentos, em Ponta Delgada.


Acordei às 4 da manhã.
Cheguei ao aeroporto de Pedras Rubras às 5 e pouco
Levantei voo às 6
Aterrei em Lisboa às 7
Levantei voo às 8 e tal, já com farto atraso
Sobrevoamos Ponta Delgada já passava das 10:30
Tentamos a aterragem - abortou
Demos umas voltas, tentamos outra aterragem - abortou

O piloto explicou que havia muito fraca visibilidade devido ao nevoeiro, inferior a 200 m, e que, pelo diminuto tamanho da pista e pela ausência de auxiliares automáticos de aterragem teríamos que desviar a rota para outra ilha.
Eu pensei: estes tipos, que pretendem ser uma marca mundial de turismo, não têm uma pista de aterragem em condições mas em breve terão um casino.

Aterramos na base das Lajes, Terceira, perto das 11 (os americanos têm lá uma boa base militar, muitos aviões de guerra)
O piloto aguardava dados meteorológicos e ordens de Lisboa
Nós retidos no avião e o avião a reabastecer
Alguém decide que volta toda a gente para Lisboa
Levantamos voo por volta das 13:30
Dão-nos uma sandes requentadas mas, também, espumante de Cabriz
Aterramos em Lisboa às 16
Onde raio fica o serviço de clientes da TAP?
Não, não quero esperar por novo voo para Ponta Delgada, quero ir embora, para o Porto!
Levanto voo às 18
Já levo mais de 10 horas dentro de um avião, já esgotei a bateria do PC, já li 3 jornais e 2 revistas
Chego ao Porto quase às 19h.
Estou cansado e saturado, mas não fiz nada o dia todo.
Não seria mal pensado investir numa pista decente nos Açores.
Não fiz nada o dia todo!


Segunda-feira vou auditar no Hospital da Covilhã. Dizem que vai nevar muito por estes dias. Parece que há falta de limpa-neves na A25 e na A23...

Peliteiro,   às  00:11
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Crónicas de Angola # 7 - Cachoeira... 

«O posto medico tão pequeno, longínquo e tão no meio do nada apresenta-se com uma insignificância enganadora. Salva milhares de vidas. Tem um papel determinante no apoio e prevenção da malária, na vacinação para diferentes doenças, na prevenção da Sida. Apoia também nas necessidades básicas das populações. Dificilmente se poderá fazer tanto com tão pouco.»
Ler mais aqui.

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Peliteiro,   às  22:04
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Os poveiros devem-me mais uma 

Se na discussão pública que está a decorrer ninguém apresentar argumentos contra a designação como zona balnear das praias da Avenida dos Banhos da Póvoa de Varzim os poveiros poderão, enfim, voltar a ter praias aprovadas para a prática balnear.

Este ano - nunca soubemos porque não em anos anteriores - a Câmara da Póvoa de Varzim - responsável única por esta muito antiga e importante estância balnear portuguesa ter passado pelo vexame de ser desclassificada e ver desaconselhada a prática balnear e pela quebra de receitas daqueles que vivem aqui do turismo - procedeu a uma proposta de identificação junto da Administração da Região Hidrográfica do Norte.

Quanto não vale a voz da blogosfera, quanto lixo não se descobre debaixo do tapete...

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Peliteiro,   às  21:56
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escrita galáctica: caos, cosmos, caosmos 

na poesia de Luís Serguilha

Orgulhoso de ver o velho amigo, compagnon de route, de cavalgadas e futeboladas, referenciado na revista de literatura e arte brasileira Germinações:

«A poesia de Luís Serguilha nos faz perceber que O início é o caos, é do caos que nasce o movimento que cria e recria por meio de explosões, choques. Sua escrita nos remete a uma galáxia em que tudo flutua: solto, livre, formando as mais inesperadas constelações de palavras-seres-coisas-sons-sentidos-cheiros. Assim, o movimento permitido às palavras torna possíveis múltiplas formas de (re) significações, (re) combinações fazendo com que uma escrita fragmentária busque a sua impossível, improvável unidade, unidade mutável, reordenável. Tal característica sugere o grande mistério presente na escrita de Serguilha, pois cabe ao leitor identificar uma unidade para esse texto fragmentário; não uma unidade linear e contínua, mas uma unidade musical, sensorial, já que a leitura da poesia de Luís Serguilha inspira e aflora as mais variadas sensações.»

Peliteiro,   às  21:44
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sucessos da política de saúde do Governo socialista 

10% da população do concelho de Famalicão - 12 700 pessoas - não têm médico de família

Cá em casa também ninguém tem médico de família! Não há milagreiras USF que nos valham.

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Peliteiro,   às  23:15
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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sucessos da política de saúde do Governo socialista 

A prevalência da SIDA em Portugal continua a ter os mais altos níveis da Europa e o único país com pior estatística do que o nosso é a Estónia, no Leste europeu

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Peliteiro,   às  21:46
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Sucessos da política de saúde do Governo socialista 

Doentes das urgências do Hospital Garcia da Horta esperam mais de 20 horas para serem atendidos.

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Peliteiro,   às  21:35
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Obscenidades 

Governo atribui bolsas de 750 € por mês para fixar médicos

Já se sabe que um bom médico tem que ganhar um bom ordenado (assim como um mau médico devia ser despedido, o que nunca aconteceu). Mas numa conjuntura de grande desemprego - incluindo de tantos e tantos profissionais de saúde -, de procura de competitividade pela moderação salarial, enfim, de grande crise económica, a atribuição de uma remuneração extraordinária de 750 euros por mês a um jovem profissional para ir trabalhar para onde quer que seja revela a incompetência, a ausência de planificação e de estratégia, a permeabilidade a lóbis e interesses, o desnorte, o remendismo, o em-cima-do-joelhismo de toda uma geração recente de políticos governantes, enfim, pode-se mesmo dizer que nos dias que correm é até obsceno!

Peliteiro,   às  13:25
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Blogue "Médico Explica Medicina A Intelectuais" foi constituído arguido 

O Blogue Médico Explica Medicina A Intelectuais foi constituído arguido por Fernando Esteves, jornalista da revista Sábado.

Sou leitor e comentador do MEMaI desde sempre, desde 2003 e posso portanto atestar da sua seriedade e boa-fé. Muitas vezes tive acesas discussões com os autores, diferenças de opinião inultrapassáveis, violentas polémicas; mas nunca senti a minha liberdade de expressão coarctada nem nunca me fizeram sentir incómodo ou indesejado. Facilmente se pode ver que o MEMaI é um espaço livre e bem intencionado e que se os autores precisarem de uma testemunha abonatória podem contar comigo.

Os Tribunais portugueses não terão assuntos mais importantes que julgar comentários de blogues? Esta gente não terá mais que fazer do que andar a litigar por causa de lana caprina (a mim também já me ameaçaram, que desperdício de tempo e dinheiro seria)? O Goucha ficou ofendido por ser agraciado como "apresentadora do ano"?

Peliteiro,   às  13:24
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Sucessos da política do medicamento do Governo socialista: 

Há cinco anos que despesa com remédios não crescia tanto

O Estado gastou mais 83 milhões de euros com a comparticipação de medicamentos vendidos nas farmácias, o que representa um acréscimo de 5,8% em relação ao ano anterior (Dados de Novembro de 2009).

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Peliteiro,   às  11:04
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