COMUNICADO-Presidente da Câmara de Vila do Conde tem em curso uma perseguição política a uma Vereadora da oposiçã

Desesperado pelo despacho de encerramento da Urgência de Vila do Conde, o senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde enveredou por uma estratégia de diversão, para que não se continue a falar do seu vergonhoso comprometimento com o Governo, que o levou a ficar de braços cruzados e boca calada perante aquela decisão.
Assim, com base numa conversa alegadamente havida entre ele e uma senhora Enfermeira Directora do Hospital da Póvoa de Varzim, encetou uma perseguição pessoal à Vereadora Marisa Postiga.
Tudo começou quando o senhor Presidente da Câmara perguntou à Vereadora, em plena reunião de Câmara, se ela era a favor ou contra o encerramento da Urgência de Vila do Conde, obtendo como resposta um rotundo "não", dizendo o edil que ouvira dizer que ela teria posição contrária. Manhosamente, solicitou à senhora Enfermeira Directora do Hospital da Póvoa de Varzim, que reproduzisse por escrito uma conversa informal e particular, ocorrida na cantina do Hospital, entre aquela e a referida Vereadora e onde esta teria dito ser a favor do encerramento da Urgência. Inacreditavelmente, a dita senhora enfermeira não viu qualquer problema em aceder ao pedido, usando, pasme-se, papel timbrado do centro Hospitalar, mas "esquecendo-se" de reproduzir a conversa na sua totalidade, já que o que foi dito era que sim, que era a favor do encerramento da Urgência, mas só depois da abertura do novo hospital - posição, aliás, do conhecimento público e algo que a Vereadora Marisa Postiga já esclareceu e precisou formalmente.

O comportamento da senhora Enfermeira-Chefe não é do foro político e não é sobre ele que nos iremos pronunciar. Efectivamente, muito mais do que andar à procura do que se disse ou não se disse numa «conversa de café», o que releva de extremamente grave em tudo isto foi o comportamento do senhor Presidente da Câmara, ao promover e incentivar o recurso à «delação» entre colegas como arma de uso político. O senhor Presidente esqueceu que o fruto de uma árvore envenenada também ele é venenoso. E o senhor Presidente não teve qualquer pudor em colhê-lo e consumi-lo. Nós bem sabemos da queda do senhor Presidente para os ataques pessoais, basta recordar o processo-crime que me apresentou ou o processo com o funcionário Manuel Castro que só por ter concorrido em eleições por força política contrária a sua, o mandou trabalhar para debaixo da ponte da A28. Em ambos, a Justiça triunfou e o senhor Presidente saiu completamente derrotado.
Só que, desta vez, ultrapassou-se o limite da decência. O que aqui tivemos foi uma metodologia de acção que em nada ficou a dever ao que se passou durante boa parte do século XX em Portugal, com os «bufos» da PIDE, incentivados por esta, a denunciarem os amigos, para que a polícia política actuasse, condenando-os em julgamentos sumários. Aqui fez-se o mesmo. Usou-se uma normalíssima mas desvirtuada e «truncada» conversa de almoço, para atacar uma Vereadora da oposição, fazendo-se juízos e emitindo sentenças sem qualquer contraditório.
Há muito que o senhor Presidente da Câmara revela uma obsessão pessoal contra a senhora Vereadora, jamais hesitando em atacá-la. Aliás, a perseguição é de tal forma que chega à mesquinhez de, na página da internet da autarquia, nem sequer se fazer menção de que a visada é licenciada, ao contrário de outros que, não o sendo, até parece que o são por aquilo que lá se vê... E, no passado, já chegou ao ponto de dizer que ela não fazia jus ao povo das Caxinas. Agora, na mesma reunião de Câmara onde a carta foi apresentada, tem-se a desfaçatez de acusar a Senhora Vereadora de ter «falta de carácter». Mas quem é o senhor Presidente da Câmara ou qualquer um de nós, para emitir este tipo de juízo mais próprio de entes divinos? O culto das divindades é ancestral, é certo, mas nunca o pensamos ver praticado no lugar mais alto de uma Câmara Municipal, ainda para mais de alguém que, no mesmo cenário das «Urgências» tomou publicamente posições absolutamente antagónicas.

Ao que chegou a política em Vila do Conde!

E dizem-se «socialistas» e «filhos de Abril»! O PSD de Vila do Conde muito gostaria de saber o que é que pensariam destes métodos pessoas como Jorge Sampaio, Alberto Martins ou Manuel Alegre!...

Com este lamentável episódio, escreveu-se uma das páginas mais negras da vida autárquica vilacondense. Ficou materializado quais são os métodos políticos do senhor Presidente da Câmara e aquilo que eles recordam. E, mais do que nunca, tem sentido perguntar «quando é que o 25 de Abril chega efectivamente a Vila do Conde!»

O Presidente da CPS do PSD de Vila do Conde,
Pedro Brás Marques
13/11/2008