Já tinha questionado as vantagens e desvantagens para os Poveiros, em particular, e para os Portugueses da indústria da energia das ondas.

«A primeira central de produção de energia das ondas já está a funcionar na Póvoa de Varzim». Se alguém quiser instalar um gerador de energia eólica - aquelas ventoinhas medonhas - num monte meu terá que me pagar uma determinada renda. E se alguém quiser instalar um gerador de energia pelas ondas - aquelas minhocas gigantes - no mar em frente a minha casa, um espaço público, o que é eu ganho? Não ganho nada, claro; mas ganha o país, pela concessão e pelos impostos pagos por conta dos lucros da empresa concessionária. Talvez.

Mas há uma questão que para mim é central. O mar é de todos. Não quero dizer que o Governo não tenha legitimidade para dispor do mar enquanto espaço público, mas este é um assunto importante, que deveria ser motivo para uma profunda discussão pública.

Como age o XVII Governo?
«Em que condições é que uma empresa privada pode explorar um bem do domínio público, como o mar, para produzir electricidade? A questão não tinha, até agora, resposta na lei portuguesa, o que exigiu a primeira legislação a nível mundial para regular a produção de energia através das ondas. O objectivo foi colmatar as necessidades dos investidores que apostam nas potencialidades da costa portuguesa e, para isso, o Governo aprovou na semana passada a criação de uma concessão que será atribuída em concurso público a uma empresa, a quem caberá depois a tarefa de atribuir as licenças às empresas interessadas em produzir energia através das ondas. A nova legislação vem, assim, delimitar uma zona do mar para exploração privada.»
O XVII age como seria de esperar que agisse na presença de grandes lóbis e negociatas em grande, pela calada aprova legislação que possibilita a exploração privada de um bem público.
O povo cala e consente, as autarquias idem, idem, aspas, aspas, não se discute, não se contesta, não se reivindica. No pasa nada.
Lemos nos jornais que para o ano que vem darão bombas de insulina a 100 diabéticos - ó felicidade, ó país perfeito!...