Vejamos como fica. Mas eu acho que a alteração não se fica pela redução de preços. CC deve fazer o habitual: transfere despesa para os utentes. Dirá que o utente fica na mesma (e só o SNS ficará a ganhar).

"Penso eu de que..."

 

 

Meus caros farmacêuticos, médicos, enfermeiros e outros profissionais ligados à saúde em Portugal,

O que quer que os senhores contestem e pontualmente até com razão o que não deixa de ser verdade é que o sector precisava de mexidas profundas, a todos os níveis. O ministro é o rosto visível destas reformas que estão a ser feitas em todas as frentes e a todos os níveis. Eu como cidadão, utente do S.N.S. e também como contribuinte líquido do financiamento do sistema o que verifico é que é bom sinal quando todos os agentes protestam contra o ministro. Extrapolando para o Governo como um todo vejo com bons olhos que todas as corporações protestam contra as mudanças. Para mim que não tenho partido para além de Portugal e que já passei por muitas guerras, isto é bom sinal. Quer dizer que o Governo está a acertar nas reformas, está a mexer nos pontos nevrálgicos, onde dói mais aos instalados e aos que acham que têm direitos adquiridos. Pedir aos funcionários públicos que paguem anãlises e outros exames ao nível do que pagam os outros trabalhadores já é um escãndalo porque são aumentos de 4000% ou 6000% porque só pagavam 60 cêntimos por exames e anãlises que a nós nos custavam 10 ou 15 Euros! Brincam com os números como se os outros portugueses não entendessem a realidade! Agora também acham que é uma anormalidade pagar-se pelo internamento no S.N.S. que apesar disso é muito mais barato do que se forem para uma clínica privada. Nunca vi em tantos anos médico, ou enfermeiro ou farmacêutico preocupado com o que os doentes pagam na privada, nos consultórios deles ou nas clínicas deles e agora andam todos a pôr-se no lado dos doentes mas desconfio que é só para ficar tudo na mesma para eles. A estes só lhes peço para olharem para as pessoas que estão desempregadas no Vale do Ave que o único direito que têm é sofrer em silêncio pois ninguém lhes liga. Se fosse em Setubal ou no Alentejo a CGTP arranjava logo uma manifestação de 100 mil ou 200 mil às portas do Parlamento. Para mim é uma grande surpresa ver agora por exemplo os médicos a querer que se defenda o S.N.S., coisa que nunca tinha visto ninguém fazer com tanta vontade há mais de 32 anos! Pelo contrário + que estava habituado a ouvir era os médicos dizerem que o principal na saude é o médico, o que é uma mentira descarada, pois o que deve ser o centro na saúde é o doente. O goveno está a mexer em direitos adquiridos que face à realidade já não têm razão de ser. A constituição refere realmente que a saude deveria ser gratuita, mas todos sabemos que isso já não era assim, nem pode ser porque todos os serviços terão de ser pagos e mesmo assim não são ao custo real. O que não há dúvida no caso dos farmaceuticos é que não acreditam que a liberalização venha a dar resultados mas mesmo assim chateiam-se com tudo o que o ministro diz ou faz. Se por acaso vai correr mal melhor para eles que já estão instalados, o pior será para os novos que têm de se instalar em locais piores. Que todos tenham um pouco mais de calma e deixem passar o tempo para ver os resultados destas reformas é o que qualquer português deseja. Isto a todos os níveis e não apenas na saúde mas já fui muito extenso nesta intervenção.
JLMS
Famalicão

 

 

Caro JLMS,

As ideias que aqui esplanou são sem dúvida na generalidade muito interessantes e das quais comungo opinião semelhante. Creio é que não compreendeu ainda a forma como CC está a governar o SNS. Em vez de tirar apenas "gordura", como referiu Jorge Coelho, está a retirar também músculo e a transferir a despesa para os utentes.
(Refira-se que os utentes que mais pagam no SNS são também os que mais pagam em impostos. Pagam portanto duas vezes para o mesmo.)

CC não está a tomar medidas práticas e que no futuro venham a dar frutos. Está a tomar medidas avulsas. Senão vejamos.

Não se pode baixar continuamente os preços dos medicamentos.

Não se pode aumentar continuamente as taxas pagas pelos utentes.

Não se pode fechar serviços (SAP, Urgências, Centros de Saúde...) continuamente.

Tem de se aumentar eficácia e produtividade. Tem de ser retirar a real gordura do sistema. Tem de se aumentar a RENTABILIDADE.

É nisto que CC falha. E CC sabe disso. Mas CC tornou-se um ser político e esqueceu o técnico.

Por último gostava apenas de lembrar que o SNS foi "gratuito", agora é "tendencialmente gratuito" e, com o caminho que leva, depressa passará a "nada gratuito". E tudo no espaço temporal de uma geração...

 

 

...Tou baralhado.
...Então mesmo com uma redução de 6%, a "oposição" vem criticar? O que diriam se em vez da redução, o ministro aumentasse os preços?
...Há gajos que só estão bem no contra, está-lhes no sangue!

 

 

Isso não é nada para as farmácias. Os 6% serão compensados pelo crescimento.

Queria ver era a liberalização da abertura das farmácias. Aí é que era a doer.

 

 

http://www.redfarmaceutica.com/europa/informes/informe7.cfm

Leiam bem isto e vejam o que é tê-los no sítio. E depois admirem-se de Espanha ter superavit é nós deficit, admirem-se de ter SNS como deve ser... olha... ADMIREM-SE!