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Amanita muscaria

Impressões de um Boticário de Província

Desde 2003


sábado, 29 de julho de 2006

De ramo em ramo


Não queiras transformar
em nostalgia
o que foi exaltação,
em lixo o que foi cristal.
A velhice,
o primeiro sinal
de doença da alma,
às vezes contamina o corpo.
Nenhum pássaro
permite à morte dominar
o azul do seu canto.
Faz como eles: dança de ramo
em ramo.

Eugénio de Andrade; Ofício de Paciência


Peliteiro,   às  11:56
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Nascimentos... 

1805 - Alexis de Tocqueville, historiador e cientista político (m. 1859).
1824 - Alexandre Dumas Filho, escritor francês(m. 1895).
1841 - Jules Henri Fayol, fundador da Teoria Clássica da Administração (m. 1925).
1846 - Princesa Isabel, Princesa Imperial do Brasil (m. 1921).
1883 - Benito Mussolini, estadista italiano (m. 1945).
1905 - Dag Hammarskjöld, Secretário-Geral das Nações Unidas (m. 1961).
1921 - Richard Egan, ator norte-americano (m. 1987).
1927 - Cassiano Gabus Mendes, radialista brasileiro (m. 1993).
1929 - Júlio Botelho, jogador de Futebol brasileiro
1936 - Roberto DaMatta, antropólogo e sociólogo brasileiro
1938 - Peter Jennings, jornalista canadense (m. 2005).
1940 - Amarildo Tavares da Silveira, Jogador de Futebol brasileiro
1953 - Geddy Lee, Vocalista, Baixista e Tecladista da banda de rock progressivo Rush.
1955 - Jean-Hughes Anglade, actor e cineasta francês.
1956 - Gilberto Pastana de Oliveira, bispo brasileiro.
1963 - Jorge de Sá Peliteiro, Farmacêutico e Analista Clínico Português
1969 - Adele Stevens, estrela pornô; Drica Moraes, atriz brasileira
1981 - Fernando Alonso, piloto de automóveis espanhol


Peliteiro,   às  11:30
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sexta-feira, 28 de julho de 2006

A Guerra 



Estou para escrever sobre o tema mais importante da actualidade há muitos dias. Tenho vindo a adiar, a adiar. Não porque o não julgue o tema mais importante da actualidade, mas apenas porque nem sei o que escrever.
Se fosse um jogo podia dizer que era por estes ou por aqueles, possivelmente pelos Israelitas, podia desejar sucesso a uns e azar a outros. Mas não, não é um jogo, é uma guerra, lá morrem pessoas, outras ficam feridas, desvalidas, há fome, há medo, miséria e há, disso tenho a certeza, muito sofrimento inocente.

Como é possível?

Peliteiro,   às  00:02
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quinta-feira, 27 de julho de 2006

Alô Alô 

Então Besugo? Não diz nada sobre a reforma de Manuel Alegre? Sobre a sua já disse, que lhe bastavam "500 euros (daqui a 20 anos), para os cromos da bola dos netos e para a sandocha". Gostava de saber o que pensa sobre a do seu candidato, que em meses ficou com muito mais que isso.
O meu colega Vladimiro, também apoiante de Alegre já se manifestou.
Já agora, apareça no Saúde SA, a discussão vai rija, como nos bons velhos tempos. Faz lá falta.

Peliteiro,   às  23:34
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Meio gás 

O país já está meio parado. Quem não está de férias já só pensa delas; de 15 de Julho a 15 de Setembro isto fica a meio gás, ou a um quarto de gás.
O contador dos blogues desce para níveis preocupantes para a nossa auto-estima (não gosto nada deste neologismo) e consequentemente a inspiração de quem escreve decai.
Este ano foram os feriados de Maio, os de Junho e o Mundial; agora as férias - um bom ano.
Entretanto, embora ainda não de férias, sigo aqui o ritmo do país.
O que nos vale é que algures, Sócrates, Correia de Campos e demais pandilha prosseguem o seu trabalho obstinado em prol dos indígenas; ontem foi anunciado mais um aumento no imposto para a segurança social dos profissionais liberais, amanhã, quem sabe, será anunciado o aumento, sempre aumento, do imposto sobre outra coisa qualquer. Nós merecemos.

Peliteiro,   às  00:25
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Pescadores 

Não percebi bem o que reivindicam os pescadores da Póvoa de Varzim e das Caxinas. Talvez o mesmo que todos, subsídios. Sou contra subsídio-dependências mas se há alguém que as merece são eles.
Ainda há minutos fui à varanda fumar uma cigarrada e lá estavam as luzinhas das traineiras impressas no mar escuro; embora estejam 18ºC arrepia só de pressentir o frio do vento lá no longe. O Boticário apoia a luta dos pescadores (seja ela qual for).

Peliteiro,   às  00:19
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quarta-feira, 26 de julho de 2006

Boas 

Nem tudo é mau, hoje recebemos uma boa notícia relativa a um assunto deveras importante: A GlaxoSmithKline desenvolveu uma vacina eficaz e barata contra o H5N1, que poderá ser produzida em quantidades comerciais já em 2007.

A Indústria Farmacêutica pode ter muitos defeitos, mas tem um papel importantíssimo na sociedade actual. Estivéssemos nós à espera das vacinas de Correia de Campos...

Peliteiro,   às  23:47
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Carmona diz que não favoreceu promotor 

Se tivesse tempo e paciência haveria de fazer um blogue dedicado apenas a casos-órfãos, casos que surgem nos jornais e nas conversas de café e que depois, misteriosamente, nunca mais ninguém sabe deles.
Esta historieta será um deles, com certeza, mas nem é isso que me leva a escrever agora, apenas por associação.

Alguém me informa como está o caso do cheque entregue a Sá Fernandes, alegadamente (não gosto deste termo), por um administrador da Bragaparques?

Peliteiro,   às  23:42
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Preconceito e Arte 


Fiz de propósito.
Imagino a ar de escarninho dos meus amigos durante a leitura dos últimos dois textos aqui postados: olha o tipo, um mero Boticário, armado em escritor experimentalista, deve estar é com os copos ou então engoliu um punhado de Valium...
O que é a Literatura, o que é Arte?
Pois fiquem sabendo que um dos textos é de um Prémio Nobel.
Riam-se agora...

Peliteiro,   às  14:25
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terça-feira, 25 de julho de 2006

Os cornos do carneiro 

A erva de Nossa Senhora cozida com água da chuva e com umas gotas de anis doce alivia muitas doenças mas não cura nem a saudade nem o desamor, um barco basco de pesca ao atum foi abalroado e afundado por um porta-contentor francês, houve um morto, seis desaparecidos e cinco sobreviventes, entre os marinheiros chama-se morto àquele a quem o mar o devolve já morto, e desaparecido àquele a quem o mar esconde para sempre e nunca mais devolve, as filhoses com aguardente são a chave do coração e a memória dele, dando-lhe filhoses com aguardente e um charuto ele conta misteriosas histórias, os caracteres das pessoas parecem manchas de compota, são como manchas de compota de morango, de groselha, de ameixa, de figos ou de amoras, cada compota dá uma mancha diferente e da sua forma e cor podem tirar-se as características mansas ou bravas de cada pessoa, as sereias foram as primeiras rendeiras de bilros, com os emaranhados retorcidos das algas e com as fintas e as cabriolas dos cavalos-marinhos fizeram desenhos muito airosos, os marinheiros encontraram-se numa manhã com o cadáver de uma mulher jovem e bonita afogada, parecia bonita ainda que tivesse uma má cor, com uma corda ao pescoço, quando lhe fizeram a autópsia o forense nada pôde averiguar porque a morte desfazia-se como se fosse sabonete, a única coisa que se supõe é que a tenham enforcado e que a tenham atirado ao mar, há razões desconhecidas para enforcar uma mulher e atirá-la para a água, os guias das montanhas necessitam de material mais duro, mais consistente e mais saudável, o carneiro de Marco Pólo vive e morre num outro remoto canto do mundo no qual a morte também se ri da morte dos outros, pode ser que o homem não o faça mas a morte sim, sempre, nas montanhas onde vive o carneiro de Marco Pólo não chegam as confusas notícias do resto do mundo, há vários lugares da Terra em que se passa o mesmo e ninguém se altera nem se emociona nem começa a chorar, qualquer um pode morrer de coração mas não acha que isso seja razoável, os enforcados, os tísicos, os invejosos, os cornudos, os excomungados e os defuntos parvos podem contagiar com o seu mal os inocentes, e nessas coisas há que andar sempre com muita atenção, você pensa que o demónio tem o caralho como o dos homens, Ave Maria Puríssima, que lembrança, uma servidora pensa que sim só que deve ser mais afiado e em forma de torniquete, ou seja, como o dos porcos, que me perdoem a maneira de falar, toda a gente sabe que a história teve um começo incerto e um final confuso, se isto se recordasse ninguém sairia para navegar, os cornos do carneiro de Marco Pólo que o meu tio caçou estão cheios de teias de aranha, reconhece-se que ninguém passa o espanador e isso dá pena, ao princípio não se nota mas depois sim e isso dá muita pena e até peso da consciência ainda que também não houvesse razão para isso, o Cemitério dos Ingleses no Porto foi devorado pela incúria e também mete dó vê-lo tão digno e tão abandonado, Caim sentiu-se desprezado por Abel e desenterrou as queixadas de burro para pôr as coisas no seu lugar, um irmão pode ser o pior inimigo do irmão e é triste ver as famílias dizimadas por quem vem de fora e que não querem a paz mas pelo contrário cultivam o rancor, convém saber rezar orações sem pés nem cabeça porque os milagres não têm razões que os justifiquem.

Peliteiro,   às  00:20
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segunda-feira, 24 de julho de 2006

Agrotis puta 

Um dia destes escrevi, aqui, um texto em que tive que ordenar a mim mesmo para parar, senão ficaria toda a noite a ditar aos meus dedos, como se um espírito cochichasse ao ouvido de um médium, ou seriam vários espíritos, como quando se comem cerejas, umas atrás de outras, sempre umas encadeadas nas outras, aliás como tudo na vida, a vida é assim complexa, mais ainda que o pensamento, resolvi hoje experimentar se os espíritos conseguem ditar-me palavras, o Fernando Pessoa tinha uns espíritos óptimos, tinha vários, todos bons, onde andarão agora os espíritos do Pessoa, todos temos os nossos, cada um os seus, são eles que nos animam o pensamento quando estamos numa bicha de repartição pública ou num funeral, quando o nosso cérebro entra numa espécie de hibernação e é tomado de assalto por alguém ou alguéns que nos fazem vaguear, é como um motor, não pode deixar de trabalhar senão depois não pega, não arranca, devíamos ter um sistema de registo automático desses devaneios do pensar, julgo que consigo escrever durante uma noite inteira, penso melhor quando estou cansado, lá está, sem domínio nem ordem de raciocínio, aposto que nesta altura já ninguém me está a ler, com os espíritos tomando o leme, em consumo baixo de energia, nas noites de insónia tenho ideias que me parecem excelentes, depois no dia a seguir ou já não me lembro ou parecem-me perfeitamente absurdas, mas em tantas luzes que me passam pela cabeça, algumas haverá que valham a pena um minuto de atenção, estou convencido que numa noite de insónias conseguia escrever, com ajuda de alguém, com certeza, que não sei quem nem quero saber, infinitamente, enquanto durasse pelo menos, tive já, quando novo, no primeiro dia em que me incumbiram da tarefa de dar um curso de Cabos, em Estremoz, convencido que estava da minha condição física e da minha capacidade para correr em passo de trote a bater com o pé esquerdo ora sim ora não, que conseguiria extenuar os meus instruendos futuros Cabos, toda a gente deve ser assim, toda a gente deve conseguir escrever até que o dedo mindinho fique comprometido por artroses, basta deixar fluir o pensamento, o problema está em conseguir essa descontracção, uma variante de transe, planifiquei mal o circuito e na parte final, não foi propriamente na parte final, foi mais aí pela metade, os Cabos estavam ainda frescos como alfaces e eu já ofegava como um sedento no deserto, a língua de cortiça e as botas a pesarem como chumbo, as borboletas de noite são estúpidas volteiam e revolteiam à volta da luz, a Agrotis puta tem um nome muito feio, ainda não percebi o que levou o Lineu a chamar-lhes, não sei se foi ele ou um seu discípulo, uma coisa tão feia, talvez porque elas saltitem de sítio em sítio, sem nunca se fixarem, elas as borboletas, rapidamente como se comandadas, também, por um espírito demente, que adianta andar de Ferrari se quando ficamos doentes ou feridos somos transportados numa ambulância de 1981, saltitamos como uma puta, Agrotis, perseguindo a luz, uns mais depressa, outros mais devagar, e quase sempre saímos com as asas chamuscadas, que adianta usar uma gravata de nó grosso, vêem-se muitas nas estações de serviço, nas Antuãs, param na Antuã de Aveiras, na Antuã de Pombal, adoramos Antuãs, não deve haver outro povo que adore tanto parar nas Antuãs todas de um percurso, lá encontram-se amigos, principalmente nas casas de banho, também não estou a escrever para que me leiam, apenas não me apetece dormir, fazem-se namoros e os rapazes engravatados como gravatas de nós grossos, dominam, mesmo ao Domingo, um dia destes, não faltará muito, na Antuã de Antuã realizar-se-ão convenções de empresas onde todos vestirão gravatas de nó grosso e cores garridas, onde serão apresentados objectivos e prémios, o primeiro deles será um jantar mensal numa Antuã à escolha do vencedor, foi dos maiores vexames da minha vida, os Cabos a chegarem ao quartel à minha frente e eu com a boca aberta como um peixe, tenho pensado em comprar um aquário de água salgada, pelo menos poupava nos peixes, apanhava-os nas pocinhas da praia, a Agrotis puta também é feia, não é só o nome, é toda feia, ainda há pouco me apeteceu esmagar uma, com o tacão do sapato, deve ser assim no Médio Oriente, não gosto de Fernando Pessoa, nunca me esforcei muito por gostar, Psiquiatria é uma especialidade interessante, uma coisa me iguala aos artistas Portugueses, estou-me nas tintas para o pública, escrevo para mim, e ainda tenho a vantagem de não precisar de subsídios, pelo menos enquanto não se pagar no blogger, Psiquiatria, ramo esquizofrenia, nunca mais tive autoridade sobre os Cabos, hoje será o dia, pressinto em que nunca mais terei autoridade sobre os dedos, nem que venda a alma ao diabo, as guerras religiosas causam-me espanto, há vinte anos nunca adivinharia que pela religião se mata e se morre no século XXI, ainda me lembro da série Espaço 1999 e de 1999 ser um data distante, quando somos crianças, ou mesmo adolescentes, um homem de 40 anos é um velho, e se calhar é mesmo, as crianças não mentem, e quase sempre têm razão, a lição dos Cabos foi difícil de tomar mas tem-me servido de âncora, Jorge Mário não podemos ser humildes demais, disse-me muitas vezes o meu pai, mas os Cabos ensinaram-me que não devemos pensar que conseguimos correr até sempre, mais vale fazer planos mais rasteiros, muitas pessoas confundem o meu nome, uns chamam-me Mário outros Jorge mas poucos sabem que me chamo Jorge Mário, como Jorge Mário Pedro Vargas Vargas Llosa, ele é conhecido sem o Jorge e sem o Pedro, só em Coimbra me chamaram Mário, como Mário de Sá Carneiro, ainda hoje alguns me chamam, como o Feliz que tem Farmácia numa aldeia de Rio Maior e semeia cabaças para dar aos amigos, quando lá passamos a caminho de Lisboa, nesse aspecto sou um traidor, gosto mais de Lisboa do que do Porto, Lisboa é uma cidade bonita, tem um clima excelente, das pessoas já não gosto tanto, não se podem fazer generalizações sobre conjuntos de pessoas, nem sequer sobre uma pessoa só, ninguém é todo feio ou todo mau ou todo falso, mas aqui já não sou traidor, gosto mais dos Tripeiros do que dos Alfacinhas, o que fará as borboletas como a Agrotis puta a borboletar à volta da luz, será ânsia de vida, duplicar o tempo de vida, vivendo sempre de dia, no fundo mesmo os animais mais primitivos estão convencidos que conseguem ludibriar a mãe natureza, mas não conseguem, nem nós conseguimos, ela é que é dócil e indulgente e deixa-nos pensar que sim, que podemos mudar o curso à vida, numa insónia o fenómeno deve ser parecido, não queremos que o dia acabe assim, aquando ainda há tanto que podia ser feito, inconscientemente queremos, numa insónia, fazer mais do que nos é permitido pelas limitações da nossa natureza, nos e-mails de gente que me conhecem mal nota-se um certo desconforto em chamarem-me Jorge ou em me chamarem Mário, tanto me faz, estou habituado a que me troquem o nome, Peliteiro, já deu origem a todo o tipo de enganos, dantes adormecia sempre a ler, agora é mais difícil, Jorge Luís também me agrada, talvez consiga alguém a deixar-me ser padrinho de uma criança que se chame, ou a que chamarei, se me deixarem, Jorge Luís, como o Borges, que morreu cego, não tenho muitos afilhados, o meu padrinho, Mário é que tem, quase não há família lá na aldeia que não o tenha como padrinho, também gosto de ler na Missa, em casamentos e baptizados, deve ser difícil escrever um livro estando cego, gosto de fazer uma pose solene, mas os que me conhecem sabem que por dentro me estou a rir, não por desrespeito, nem sei explicar porque gosto de ler em baptizados e casamentos, o Luís de Camões escreveu os Lusíadas sem computador, deve ser mais difícil que um cego, hoje, ditar um livro, o Fernando Pessoa, com aquela figurinha desprezível não me faz acreditar que tenha sido ele a escrever poesia tão reconhecida e apreciada, por certo em que o etanol teria algum poder de atracção mediúnica, há pessoas que se gostam de ouvir, sente-se muito nos locutores de rádio e nos políticos, mas também nos taxistas ou até nas costureiras, há borboletas bonitas e há as feias, nem sempre quem fala melhor é quem consegue fazer melhor, depende, tudo depende.

Peliteiro,   às  00:57
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quarta-feira, 19 de julho de 2006

Pais exigem repetição de exames de 2005


Sou uma cobaia do Unificado. Faço parte dos alunos que fizeram pela primeira vez o 10º, o 11º e o 12º ano. Cobaia experiente, portanto.

Pais exigem repetição de exames de 2004


Nesse tempo todos os programas eram recentes. Era uma descoberta diária - para professores e alunos. Mas nunca foi repetido um exame.

Pais exigem repetição de exames de 2003


Os critérios de acesso à Universidade só deviam ter sido definidos no último minuto. 15 valores era uma excelente classificação (dantes éramos todos maus alunos...).

Pais exigem repetição de exames de 2002


Passados 25 anos a bandalhice mantém-se !... Daqui a 25 provavelmente também.

Peliteiro,   às  00:09
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terça-feira, 18 de julho de 2006

Condenados por burlar SNS 

Seis dos sete arguidos acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 2,38 milhões de euros foram hoje condenados a penas que vão até aos quatro anos e três meses de cadeia.

É preciso muito descaramento: 17.000 requisições e 113.000 análises. É preciso, também, muita miopia do cliente Estado.

No sector das análises clínicas, diz-se por aí, fazem-se umas acobracias mirabolantes. Algumas comprometerão, muito, a saúde pública. É o Texas. Ninguém fiscaliza ninguém. Mais não digo, são apenas boatos, fumo...

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Peliteiro,   às  00:36
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segunda-feira, 17 de julho de 2006

Flop 

Aprendi logo a partir do 10º ano que a automedicação é uma prática que comporta inúmeros riscos e que, portanto deve ser limitada. Na primeira aula da cadeira de Toxicologia anotei que já Paracelso, no séc. XVI, afirmara: «Tudo é veneno, nada é veneno, é uma questão de dose».

«O Ministério da Saúde vai aumentar a lista de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) e incluir neste rol fármacos comparticipados».

Porquê?

Para aumentar a acessibilidade a esse grupo, cada dia maior, de medicamentos? Para proporcionar preços vantajosos aos doentes?
Todos já percebemos claramente que não, a quota de mercado nos pontos de venda não Farmácias deverá ser inferior aos 0,5% e a evolução dos preços desde a sua liberalização tende nitidamente para o aumento.

Será então para libertar o Estado da despesa da comparticipação?
Sim, obviamente.

Mas é sobretudo, neste momento, com este ímpeto, uma derradeira tentativa para salvar a grande bandeira da tomada de posse do Governo de Sócrates - a venda de medicamentos fora das Farmácias. Um fiasco! Um fiasco em toda a linha. Nenhuma das previsões se concretizou, os efeitos são pouco mais que nulos e é ridícula a adesão dos investidores: 150 em todo o país.
Pior, 150 "Paravazias" prestes a fechar as portas, depois de terem descoberto que o negócio dos medicamentos não é a árvore das patacas prometida.

Que fiasco. Não há balão de oxigénio que salve o Governo desta vergonha.

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Peliteiro,   às  23:53
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domingo, 16 de julho de 2006

Disparate 

Miguel Sousa Tavares escreve no Expresso que «ter uma Farmácia continua a ser dos melhores negócios que se podem ter em Portugal: melhor do que isso só mesmo ter um banco.»

Ora esta afirmação é um perfeito dislate, um absurdo. E é, também, por causa de afirmações irresponsáveis como esta que o país é o que é, por causa de um imenso e insuportável ruído de fundo produzido por líderes de opinião que toldam e confundem possibilitando aos decisores continuarem impunemente a malbaratar Portugal.

As consequências estão à vista; depois queixam-se que as medidas dos Governos se «esfumam no nada»...

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Peliteiro,   às  23:46
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Aviso 

Nunca reservem hotéis pela Bookings.
Um familiar meu, acompanhado por três crianças, munido de uma reserva Bookings confirmada com cartão de crédito, ficou inesperadamente sem alojamento numa viagem a uma cidade estrangeira. Waring claim never book bookings.

Peliteiro,   às  23:29
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A maior cooperativa do Norte 

Soube este fim de semana que a COFANOR foi ultrapassada em quota de mercado pela COOPROFAR.
Nem queria acreditar.

Trabalhei na Cofanor, como Director Geral e Director Técnico, entre 94 e 99; nesse período dobrámos a facturação (cerca de 150 milhões de euros), triplicámos o VAB e a nossa quota de mercado era o dobro da da Cooprofar [valores aproximados e de memória].

COFANOR tem como significado COoperativa dos FArmacêuticos do NOrte; COOPROFAR quer dizer COOperativa dos PROprietários de FARmácia. Estes acrónimos tiveram origem numa época anterior à legislação de 1965 - que dá a exclusividade da propriedade aos Farmacêuticos - e revelam a rivalidade da diferença.

Agora que Sócrates já anunciou o retrocesso legislativo da propriedade da Farmácia estas diferenças voltarão a tornar-se evidentes; hoje num mundo cada vez mais desregulamentado, cada vez mais sem lei nem grei - ninguém fiscaliza, ninguém regula - essas diferenças tornar-se-ão ainda mais evidentes.
Portanto caros Colegas, esta situação não pode subsistir, a Cofanor tem que voltar a ser a maior cooperativa farmacêutica do Norte - porque não do país? Assim, já, todos a encomendar tudo à Cofanor.

Peliteiro,   às  23:03
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sexta-feira, 14 de julho de 2006


Peliteiro,   às  14:04
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quinta-feira, 13 de julho de 2006

Cartão FarmaGold 

O Ministério da Saúde anunciou hoje que dentro em breve efectuaria o anúncio do novo Cartão FarmaGold. Correia de Campos está muito preocupado com os recebimentos das Farmácias, a tempo e horas, assim, depois de ter prometido a criação de um fundo público (o que quer que isso seja...) para pagamento das dívidas do Estado surge agora este cartão destinado aos doentes que não possam pagar os seus medicamentos no acto da dispensa:
«É sabido que não há nem uma Farmácia que não venda medicamentos a crédito, aos reformados, aos desempregados, aos mais pobres e aos mais doentes. Como não é de esperar que isso aconteça nos medicamentos vendidos nos hipermercados, resolvemos criar este Cartão FarmaGold em parceria com uma instituição bancária.»

Peliteiro,   às  23:10
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quarta-feira, 12 de julho de 2006

O estripador e o Estado da Nação 


- Então o que é que faz por cá?
- Estripo vacas.
- Estripa vacas?!!

[Lembrei-me, inevitavelmente, de Jack o estripador, assassinando impiedosamente prostitutas, pela calada da noite, sanguinário, brutal, e o seu rosto pacato, em nada prenunciava tão horrível propensão.]

- Sim, quando é preciso também as desmancho, às vezes mato-as, pelos ouvidos, sabe que é pelos buracos na cabeça que elas morrem mais depressa, damos-lhes um choque nos ouvidos, e quando elas não morrem logo, as mais bizarmas não morrem logo, temos uma pistola numa gaveta e espeto-lhe um tiro num olho, directo ao cérebro.

[Entretanto já tinha adivinhado, a custo porém, dada a bizarrice da conversa, que ele trabalhava num matadouro.]

- Deve ser um trabalho duro...
- Somos 300 Portugueses lá na fábrica, quase todos nas vacas, eles só gostam dos Portugueses, também há os da Polónia e lá do Este, e Marroquinos e Argelinos, mas estão nos borregos ou nos porcos, nas vacas não é qualquer um, há um Madeirense que desmancha uma vaca enquanto o diabo esfrega um olho, quase sem se mexer, truca, truca, truca, enquanto que os Espanhóis ou os Ingleses andam sempre a correr, como baratas, a suar, ele é com calma, truca, truca, já está, sai sempre antes das 4 da tarde.
- Mas diga-me, quando trabalhava em Portugal trabalhava mais ou menos?
- Na mesma, na mesma, quando trabalho trabalho, quando é pós copos é pós copos, os Ingleses bebem muito mais que nós, ainda outro dia um ficou sem um braço na máquina de serrar cabritos.
- Mas agora ganha mais, não?
- Muito mais, práí quatro vezes, também gasto mais, claro.
- Mas qual é então a diferença, trabalha o mesmo e ganha mais?
- A diferença não sei, trabalho o mesmo que lá, saio mais cedo e ganho práí quatro vezes.


Peliteiro,   às  23:28
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Zizou 


Via 3couleurs

Peliteiro,   às  23:25
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1º escriturário 

Hoje fui às Finanças, por causa do selo do carro. A Internet, ao que descobri não elimina a ida à repartiçãozinha. Choque tecnológico... Eram 15:30 e, de repente, anuncia o funcionário com pompa, levantando-se, em voz alta e autoritária: não há sistema, têm que voltar amanhã. Choque tecnológico...

No tempo que estive na bicha, uma bicha lenta e pachorrenta, tive uns pensamentos verdadeiramente estúpidos, parvos mesmo. Estiva a observar aquelas criaturinhas por trás do guiché, particularmente aquele que supostamente me atenderia, mais hora menos hora, cabelinho penteadinho, oleoso, já grisalho, aparado num barbeiro barato, patilhas rapadas rentes, óculos antiquados, estalados na haste, um nariz adunco, lábios finos e tensos, atarefado, muito atrapalhado na lide do computador, escrevendo com um indicador erecto, como se o teclado queimasse, zás, zás, zás. Inexpressivo, neutro, tentei fazer um retrato da personalidade - temos tempo para tudo, numa bicha de repartição pública; seria bom homem, teria mau carácter? Não consegui descortinar nada, um autêntico vegetal, anódino, lá na sua vidinha. Certamente seria casado com uma mulherzinha como ele, chegava a casa e punha-se a ver televisão, sentado num sofá simples mas limpinho, numa sala impecavelmente arrumada, fotografias do casamento em cima do louceiro, uns paninhos rendados por cima do encosto do sofá, uns bibelots e uns livros do círculo de leitores no armário, por junto com uma bandeirinha do Benfica, dos tempos em que seguia o futebol, à noite, mais logo, antes de deitar, não muito tarde, umas bolachinhas de água e sal com margarina para o colesterol e um chá de pés-de-cereja, temos que cuidar da saúde, muito cuidadoso, muito regrado, como em tudo, disciplina é fundamental, aprendeu isso bem cedo no seminário, nessa altura ainda aprendeu a tocar órgão, agora não tem tempo nem feitio para música, uns fados às vezes, da Amália, ainda tem o gira-discos a funcionar, discos de vinil sem um arranhão, como novos, já deveriam valer um dinheirão, como o alfinete de gravata em ouro e brilhantes que o tio da África do Sul, padrinho de casamento lhe deu, quando veio de Angola, da guerra, como escriturário, em Luanda, bons tempos, se bem que o fígado ainda hoje se ressente das Cucas, que chegou a beber às três de cada vez, a vesícula é muito preguiçosa, rejeita todo o tipo de queijos, nunca tiveram filhos, também para quê, com as desgraças do mundo de hoje, mais vale não os ter, têm sobrinhos, estão em Celorico, crescidotes, espigadotes, este fim de semana eramos para ir lá, mas já não vamos, a gasolina está tão cara e o carro perdeu umas pingas de óleo, tem que o levar à revisão, estão a chegar as férias, preferia nem as ter, fica nervoso, agitado com a mudança de ares e estranha a cama da casa da aldeia, a almofada leva-a, uma noite sem pelo menos ter a almofada do costume é uma noite perdida, e os mosquitos perseguem-no, tem a pele muito branca e fina, uma vítima certa, cheio de empulões e empigens, um dia destes suicida-se, também para aquilo que anda aqui a fazer, estar ou não estar tanto faz, ninguém dava conta, teria muita gente no funeral, os colegas, os vizinhos do lado, o Sr. Cerqueira da mercearia e pouco mais, um dia destes suicida-se, não que a vida seja má, mas também não é boa, não é nada, nem boa nem má, mais ou menos, se se suicidasse ninguém dava conta.

Peliteiro,   às  22:56
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terça-feira, 11 de julho de 2006

Como é bom morar na Póvoa 


Fafe: 35 ºC
Guimarães: 34 ºC
Famalicão: 32 ºC
Póvoa terra: 29 ºC
Póvoa mar: 25 ºC

Temperaturas medidas na estrada entre as 13 e as 13:30H



Peliteiro,   às  14:14
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Coisas simples 

Na cidade há duas estações dos CTT. Uma funciona bem - funcionários eficientes, atendimento simpático, cuidado e rápido. A outra funciona mal.
Consequentemente as pessoas preferem a primeira. Logo, estes funcionários, cada dia que passa, têm mais e mais trabalho.
Serão recompensados por isso? Julgo que não - não tarda estarão tão incompetentes e antipáticos como os outros.

Peliteiro,   às  00:49
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segunda-feira, 10 de julho de 2006

A tempo e horas 

Soube-se pelo porta voz do Ministério da Saúde, o Diário Económico, que Correia de Campos se preparava para criar um fundo público para garantir o pagamento a tempo e horas das comparticipações às Farmácias.

Não há dúvida que o Ministro é ardiloso. Consegue explorar o sentimento de inveja que uma franja da população criou em relação às Farmácias - bater nas Farmácias é popular, dá votos - e ao mesmo tempo consegue ser o principal aliado da ANF. Parece impossível, mas é o que tem acontecido: dar uma imagem, tão apreciada, de combater o lóbi farmacêutico e, ao mesmo tempo, proteger denodadamente esse mesmo lóbi.
Já se sabe que desde que Correia de Campos está no poder não abriu nem uma Farmácia em Portugal; agora, dá-lhes um estatuto preferencial nos pagamentos, discriminando todos os outros fornecedores do Estado.

O Estado, em Portugal, a pagar a tempo horas? Inacreditável. Mas será verdade, segundo garantiu já o Ministro. Tragam os foguetes!

Peliteiro,   às  23:47
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domingo, 9 de julho de 2006

Parabéns Itália



Não é por causa disto que Zidane deixa de ficar para a história como um grande atleta e artista. Mas Figo tem mais jeito prás cabeçadas...



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Peliteiro,   às  23:21
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sábado, 8 de julho de 2006

Bom fim de semana 



Que ganhe a Itália. Embora preveja que o Graal continuará por lá.


Peliteiro,   às  01:26
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quinta-feira, 6 de julho de 2006

Estragam tudo 

Estragam tudo, espatifam tudo, partem tudo, não estimam nada, não merecem nada! Isto é o que costumo dizer aos meus filhos, felizmente cada vez menos.

É também o que apetece dizer aos nossos sucessivos governantes. Estes agora, paulatinamente, vão acabar por espatifar a nossa reserva ecológica:

Os "agricultores" vão poder construir casas em áreas classificadas como Reserva Ecológica Nacional (REN).

O Governo deu luz verde à criação de uma plataforma logística em Castanheira do Ribatejo, em terrenos classificados como reserva ecológica e reserva agrícola nacional.

Entretanto vamos assistindo ao desenrolar destas enormidades. Impávidos e serenos.

Peliteiro,   às  23:15
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O Boticário 

Corria o ano de 1977 quando Miguel Krigsner, um jovem licenciado em Farmácia, decidiu abrir uma pequena farmácia de manipulação no centro da cidade de Curitiba, no sul do Brasil. Chamou-lhe O Boticário, sem adivinhar que, quase 30 anos depois, a sua marca estaria espalhada por todo o Brasil, e quase por todo o mundo.

Entrevista do fundador da empresa "O Boticário" no DE, sobre a empresa e o empreendedor.

Peliteiro,   às  23:07
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Pormenores 

Os tais pequenos pormenores que ditam as grandes diferenças. Veja como o Brasil sofreu o golo contra a França, no Kafka.

Peliteiro,   às  22:50
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Blafes 

O ano passado, neste dia, a OTA e o TGV eram dados como certos pelo Governo Sócrates. Este anúncio fez correr muita tinta; mas foi aceite como facto consumado, para breve. Eu, duvidei. Sócrates é mestre da propaganda e da mentira. Escrevi então:
Aposto, mas aposto mesmo, que nesta legislatura o aeroporto da OTA e o TGV nunca passarão dos projectos e estudos. É bluff!
Por enquanto, tudo indica que ganharei a posta.

Peliteiro,   às  14:23
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Ainda o futebol 


Incorporo nas minhas orientações de vida referências, básicas, de alguns mestres. Um deles é Deming; tenho o hábito de prever, de antecipar o futuro, de perceber as tendências, de planear, perseguindo depois objectivos, controlando os indicadores.

Há dois meses atrás, tendo que planear um curso de Inglês em Inglaterra, para o meu filho, surgiu a data da final do mundial colidindo com a minha viagem de regresso de Londres. A final deverá ser um bom jogo de futebol, gostava de ver; mas por essa altura devo estar com a azia da eliminação, mais ou menos recente, da selecção de Portugal; nem quererei, sequer, ouvir falar de futebol.
Meu dito, meu feito. Domingo, na hora da final, estarei a milhas de altitude. Nem quero saber.

As expectativas mais realistas foram realizadas, Portugal cumpriu os objectivos. É certo que poderia ter ocorrido um golpe de sorte, Pauleta poderia ter concretizado a probabilidade, em mil, de marcar um golito. Portugal, fique em terceiro - improvável - ou em quarto, fez um bom Mundial. Revela assim, a nossa selecção, uma tendência de imposição progressiva entre os grandes do mundo do futebol; saibamos nós aproveitar este movimento de ascensão e logo estaremos, de novo, entre os grandes - não tendo que esperar mais 40 anos.

Parabéns à selecção de Portugal.

Peliteiro,   às  14:04
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quarta-feira, 5 de julho de 2006

Em greve 

Hoje à tarde parecia-me sexta à tarde, a sexta à tarde antes do início de férias - Agora, parece-me segunda à noite, estou cansado, estafado, dói-me a cabeça. Hoje não escrevo nada, estou em greve!
Prozac, onde está a minha caixa de Prozáques? Vou já emborcar uma dúzia. De uma só vez! Não, duas dúzias!
Tínhamos prometido ir ao mar se Portugal ganhasse. Quem me dera estar agora embrulhado na minha mantinha de caxemira, aos espirros, tremendo, a fungar, os pneumococos delirantes.
A culpa é de Scolari. Sempre disse que isto não acabaria bem. E do Pauleta, esse manco. Não é nada, foi muito bom, ganharam-nos por sorte. Os bleus são bons - nós também, mas eles foram melhores, paciência. Saldo bem medido, foi uma óptima campanha, há-de ficar para a história.

Daqui a 4 anos há mais, aí haveremos de nos vingar. O Ricardo ainda defenderá nessa altura? Aí é que vai ser - campeões com certeza.
Vou dormir, hoje deito-me cedo. Amanhã é outro dia.

Peliteiro,   às  23:20
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Como em Aljubarrota 



Como em Aljubarrota, mas agora contra os Franceses; agora - até - com o apoio dos Espanhóis.
Como é que eu posso escrever lamechas assim, comparando um jogo de futebol com uma batalha? Nem sendo nada nacionalista, nem regionalista, o que é certo é que me emociono com o Hino Nacional cantado antes dos jogos. Os sociólogos ou os psicólogos que expliquem.

Peliteiro,   às  14:17
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Há sempre alguém que resiste 

Mesmo no dia de "o jogo" há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não; na TSF:
«A política do Governo na área do medicamento é catastrófica e a gestão hospitalar é um escândalo, defendeu o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. Aranda da Silva garante ainda que os medicamentos estão a aumentar fora das farmácias.»

Peliteiro,   às  14:12
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Onde ficará o Graal? 

Teria sido a própria Maria Madalena, segundo a Bíblia a única mulher além de Maria presente na crucificação de Jesus, que teria ficado com a guarda do cálice e o teria levado para a França...

Peliteiro,   às  00:12
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terça-feira, 4 de julho de 2006

Blasfémia 

No dia anterior ao dia de "o jogo", CAA, no Blasfémias, "blasfema":

Claro que desejo intensamente que Portugal supere a França e vença a final de Domingo.
Mas nada disso traduz uma anuência em relação ao estilo e forma de estar de Scolari. E muito menos, uma conciliação com os roncos exuberantes dos seus apoiantes irrestritos.
...
Mas toda a inevitável e indisfarçável emoção incrementada pelos resultados positivos não nos podem fazer renunciar à capacidade de pensar, observar e criticar.
...
Ser patriota não é admitir que o Vítor Baía não deveria ter sido convocado há 2 anos porque hoje, e não então, o Ricardo está em melhor forma.
Ser patriota não é defender, cegamente, que o Boa-Morte faz bem o lugar de Quaresma.
Ser patriota não é dizer que o Moutinho não faz falta.
Ser patriota não é fingir desconhecer que o João Tomás está em muito melhor forma do que os 3 pontas-de-lança que Scolari escolheu.
Ser patriota não é colocar uma bandeira na janela a pedido.
Ser patriota não é dizer que aquela inacreditável musiqueta do "nhá, nhá, nhá, nhá, nhá", com que a SIC nos atordoa incessantemente, é minimamente audível.
Ser patriota não é manter o canal impavidamente sintonizado quando o Nuno Luz exprime a sua visão das coisas.
Ser patriota não é ouvir o Prof. Marcelo a estabelecer novos parâmetros do "politicamente correcto" no mundo do futebol.
Ser patriota não é garantir que a vitória de uns portugueses é a derrota de outros.
Ser patriota não é assegurar que Vítor Baía e Pinto da Costa «foram derrotados» quando a selecção vence a Holanda ou a Inglaterra.
Ser patriota não é asseverar que os desacertos não existem porque os resultados são positivos.
Ser patriota não é estar constantemente, compulsivamente, a falar do Eusébio, dos Magriços e das suas eventuais reencarnações.
Ser patriota não tem de designar um estado de parolismo absoluto, de aceitação acéfala de tudo aquilo que o seleccionador (seja ele quem for) se lembrar.
Ser patriota não é berrar, de modo reles, que a vitória de Portugal significa «engolir sapos» para alguns portugueses.
Ser patriota não é sinónimo de se ser anti-portista.
Nem sequer - last but not the least - admitir que o cabelo recém-aloirado do sr. Madaíl lhe fica muitíssimo bem...


Trés bien. Concordo totalmente. Como já escrevi, não gosto da personagem Scolari - é teimoso, prepotente e arrogante - e considero os seus critérios de selecção altamente discutíveis. No entanto, ele tem os resultados de seu lado e, portanto, reconheço que é um óptimo seleccionador.

Claro que amanhã somos todos por Scolari.

Peliteiro,   às  23:56
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Dolly, dez anos depois... 

Dolly, dez anos depois... Um excelente artigo no PÚBLICO do Eduardo A. Silva, ilustre Doutorando de Harvard, do Lapis de cor.

O ano passado tentamos promover um jantar da blogosfera da Póvoa do Conde, ou Póvoa do Ave, ou Ave do Conde, ou ..., mas foi um fracasso. Acabámos os dois no "Forte", no paleio. Este ano repetimos, talvez apareça mais gente...

Peliteiro,   às  23:38
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segunda-feira, 3 de julho de 2006

Lendas 

Sempre desconfiei quando me diziam que a água do mar da Póvoa é muito fria e tal e tal. Eu que nos tempos de juventude ficava na água mais de uma hora seguida, e que mesmo agora, velho, doente e cansado, nunca vou à praia sem dar um mergulho e sem exibir o meu elegante estilo natatório, sempre mantive uma atitude de dúvida sistemática; como é possível que sendo o Atlântico o mesmo e a distância em milhas diminuta, a água da Póvoa seja tão mais fria que a da Figueira ou da Nazaré, ou mesmo da de Peniche?

É uma lenda, maldosa, atentatória do desenvolvimento turístico da nossa região. A água da Póvoa de Varzim, como atesta a insuspeita Agência Espacial Europeia apresenta valores de temperatura muito aproximados ao das outras praias Portuguesas da costa Atlântica; pelo menos hoje:


Peliteiro,   às  23:37
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domingo, 2 de julho de 2006



Não gosto de dizer o que todos dizem. Mas não há outra solução - ainda bem. Viva Portugal, viva o Ricardo.

Portugal England


Peliteiro,   às  22:36
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sábado, 1 de julho de 2006


As minhas previsões apontam para meias-finais do campeonato do mundo com todas as selecções pertencendo à zona euro.

Peliteiro,   às  13:54
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Rui Rio é um político que admiro, um político competente e corajoso. O protocolo que condiciona as instituições candidatas a receber subsídios da Câmara, limitando-lhes o poder de criticar publicamente o município do Porto, é um erro grave.
É um erro não apenas pelo que contempla - as entidades que recebem subsídios das Câmaras, todos sabemos, são na sua maioria o suficientemente subservientes para nunca, jamais, em caso algum, criticarem a voz do dono e, pelo contrário, se prestarem a todos os fretes que garantam a perpetuidade desse mesmo poder e dessas mesmas ajudinhas.
É um erro porque se o segundo maior município do país se atreve a passar o que é comum - mas oculto, com um certo pudor - a escrito, ratificando-o, tornando-o uma prática "normal", imagine-se o que virá a seguir, o que farão os homenzinhos entronados pelo poder autárquico por essa província fora, nas cidades e nas serras. Apedrejar quem incomoda também já não é novidade...

Peliteiro,   às  00:02
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ARQUIVOS

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