Posição reforçada de Trás-os-montes como destino turístico preferencial. Gente simpática e acolhedora, gastronomia excelente - desta vez na rota do azeite - e preços muito razoáveis.
Mais uma vez se recomenda.
Então esta semana não há nenhuma OPA?
Isso é muito mau para a moral dos Portugueses. Já não somos nada sem a animação de um OPA.
Eu, se fosse financeiro, sabia bem onde haveria de lançar uma OPA. Vejam o vídeo...
Gostava especialmente da Primavera. Da natureza explodindo, das flores, dos pássaros, do domínio do verde, das manhãs resplandecentes, do calor suave.
Um dia apaixonou-se em plena Primavera.
Passearam imenso pelas aldeias do vale, gozando a paisagem, de moto, sentindo o vento inebriante, o cheiro a terra, as cores deslizando muito rápido, cada vez mais rápido, numa mistura impressionista, multicolor, de cada um dos lados da estrada preta.
Despistaram-se e morreram ambos.
Era um jovem pujante, bonito, longos cabelos cor de mel ondulados, parecia uma personagem mítica, um Deus Grego. Tinha uma ânsia de viver impressionante, uma voracidade de vida, um fulgor que o destacava entre todos.
Sempre no limite, mais longe, melhor.
Dizia, muitas vezes, em jeito de brincadeira que haveria de morrer jovem, invencível e glorioso. Uma vaidade que não chocava, nele saía natural, nada pretensioso, antes divertido.
Tinha uma atracção enorme por desportos violentos, arriscados, perigosos. Tinha a mania das apostas ? e ganhava sempre.
Um dia perdeu. Morreu jovem mas não invencível nem glorioso.
Ele era diabético. Picava a ponta de um dos dedos, todos os dias de manhã. Ele era, também, analista clínico. Trabalhava todo o dia com sangue e nem sempre era cuidadoso ou usava luvas.
Acabou por se contaminar, adoecer e morrer.
Morava sozinha há anos, numa casa do fim da aldeia. O seu único contacto com o mundo era a Missa de Domingo; penosamente, arrastava-se, bem se podia dizer que se arrastava, tal a dificuldade em andar por aqueles caminhos de cabras, lentamente. Nunca deixava de ir, sol ou chuva, doente ou muito doente, mês após mês, ano após ano, num tempo que nunca acaba. A aldeia tinha cada vez menos gente, rumavam todos para a grande cidade do fácil. Finalmente deixou de se realizar a Missa, o Padre também abalou.
Ainda a viram mais umas quantas vezes, de longe a longe avistavam-na, ao longe, nos dias soalheiros.
Morreu e ninguém deu conta.
Curiosamente, paradoxalmente não tinha medo de andar de avião. Quando a aeronave se fazia à pista, cintos apertados, um silêncio e um nervosinho miúdo instalava-se entre os passageiros; ele não, ficava descontraído como nunca e espantava-se por que deveria ter medo, como os outros, e não tinha, nenhum. Por outro lado, até numa varanda de 1º andar sentia vertigens e um medo incontrolado; sentia horrores nos elevadores, nas janelas, nos monumentos, nos montes? Sonhava constantemente com quedas, com abismos. Só se sentia bem no raso, no rente, no plano, ao nível do mar.
Curiosamente, numa pescaria de alto-mar, o cordame enroscou-se-lhe nas pernas e levou-o até bem ao fundo do mar.
Bem sabia que a sua vida não era propriamente um esmero; sempre teve uma vida dissoluta, bebia imenso, fumava como uma chaminé, era de excessos, em tudo, alimentava-se mal, dormia pouco, sem horários, ele próprio o sabia. Já não tinha emenda, costumava dizer que só gostava do que fazia mal, fazia até uma certa encenação neste particular, um culto de imagem.
Nem tinha 40 anos quando morreu com um cancro. Do pâncreas disse-se; ou seria do pulmão?
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