Impressões de um Boticário de Província

Tele-Farmacêuticos

Confirmado. Agora que conhecemos (Público) o resultado das medidas anunciadas por Sócrates, no discurso de tomada de posse do seu Governo, relativas ao regime de comercialização de MNSRM, podemos concluir:

1 - Lobbying: A anunciada liberalização é afinal um frete ao poder económico dos hipermercados. Interesses!

2 - Demagogia: Não há nenhum benefício para a população, sobretudo do interior, os argumentos principais de defesa da medida - acessibilidade e preços - não são minimamente acautelados. Populismo!

3 - Irresponsabilidade: É unânime a opinião favorável à necessidade do controlo da dispensa de medicamentos por um licenciado em Ciências Farmacêuticas e da regulação da publicidade; o Governo julga que não. Inimputabilidade!

Como é possível um Farmacêutico controlar ou supervisionar o que quer que seja à distância, sentado num gabinete? Disparates!

Isto é só mais um indicador do estado do país: apodrecido!

Peliteiro, às 14:06

Comentários:

Só mais uma coisa.... Não tem que ser um Farmacêutico a supervisionar o que quer que seja! A lei é clara: "farmacêutico ou técnico de farmácia" têm igual poder para assumir responsabilidades de supervisão.

É de notar que a Ordem dos Farmacêuticos nem se preocupou em rebater este gravíssimo ataque à dignidade da classe farmacêutica. O único comentário que fez foi para reafirmar a opinião, aliás óbvia, de que a lei foi feita à medida dos hipers. Mas para uma Ordem interessada em defender a sua profissão, isso não deve ser o mais importante. Sob esse ponto de vista tanto dá que a lei seja feita para beneficiar A ou B. O que Ordem não deve permitir é que se faça um ataque desta dimensão e nem sequer se comenta o assunto!!!

Até ao momento apenas a Ordem dos Médicos se referiu, criticamente, à ausência da exclusividade do farmacêutico nestes novos espaços.... Não deixa de ser irónico...

# por

Anónimo : quarta-feira, agosto 17, 2005

Infelizmente não é só nesta matéria que vamos no sentido do abismo. Neste caso concreto porque o PS e José Sócrates travaram uma investida às farmácias e por conseguinte aos farmacêuticos, caber-lhes-á a eles resistir e demonstrar publicamente que o Governo não tem razão. A Ordem dos Farmacêuticos fez e faz o que é possível. Mudar os politicos no activo não é solução porque são quase todos incompetentes. Já agora há algum treinador ou jogador de futebol da 1ª liga a ganhar menos que um ministro, +/- 1200c mês? A mudança, no meu entender, começa por aí. Até lá, vamos definhando.

# por

Anónimo : quarta-feira, agosto 17, 2005

Sócrates prometeu 5 coisas: 1. derrotar um lobby; 2. baixar o preço; 3. melhorar o acesso; 4. manter a segurança; 5. dar emprego aos jovens farmacêuticos. As intenções 4 e 5 já foram pelo cano. Agora, terá de optar pela 2 ou pela 3 - porque não são compatíveis (quem "vende" acesso aproveita para vender mais caro; quem vende mais barato aposta na massificação). Provavelmente, no final desta trapalhada demoagógica, irá também deitar fora a promessa 1. É que será a ANF a criar a rede que vai permitir ao 1º ministro "vender" alguns medicamentos fora das farmácias - praticando preços que mostrarão aos portugueses como os medicamentos à venda nas farmácias são baratos.

# por

Anónimo : quarta-feira, agosto 17, 2005

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Tele-Farmacêuticos

Comentários:

Enviar um comentário

ARQUIVOS